sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Fernando - Do Sonho a Realização na Aviação



 Facebook :  Pereira Plastimodelismo                                          Instagram:   @fernandopereira

Me chamo Fernando Pereira e tenho 38 anos. Nasci e cresci na cidade de Canoas nos arredores de Porto Alegre, ali no Rio Grande do Sul.  Dizem que quem nasce em Canoas nasce olhando para o céu. Pois bem, eu sou testemunha disso, pois é  na cidade que fica localizado a Base Aérea de Canoas. Casei e constitui uma família linda composta pela minha esposa, uma filha e dois enteados. Devido a minha profissão nos mudamos para São José dos Pinhais no Paraná pois a empresa onde trabalhava fechou. Trabalho como mecânico aeronáutico a mais de 16 anos, onde sou conhecido como soldado.

A minha infância foi muito tranquila! Era muito caseiro pra dizer a verdade. Não era muito fã de futebol. Gostava de inventar as brincadeiras, como por exemplo, montava uma frota de ônibus feitos de madeira onde as pedras eram as pessoas. Eu era e sou fã é da TV mesmo . Tenho um irmão quatro anos mais novo. Minha mãe é dona de casa e meu pai metalúrgico. Ainda tenho as amizades que fiz desde criança mas já faz um bom tempo que não os vejo. Tive a felicidade e oportunidade de crescer assistindo ou pousos e decolagens dos caças e os cargueiros Hércules da Força Aérea Brasileira. Eu morava paralelo a pista de pouso. Então eu via toda a movimentação dos pousos e no horizonte eles fazerem as curvas e manobras. 

As certificações dos treinamentos eram realizados em Canoas para todo o Brasil, assim era comum assistir os enormes aviões Hércules pousar de tudo que era forma, muito baixo, de porta aberta e porta fechada, voavam na transversal. Juntavam os Miragem, os Chavantes e os F5. Tudo junto no mesmo dia, durante vários dias de treinamentos. Porque eram vários pilotos sendo avaliados. E a criançada toda ali em baixo admirando cada pouso e decolagem.  Naqueles dias, todos nós queríamos ser pilotos e militares. No recreio do colégio claro que isso era o assunto de todos os garotos. Já na sala de aula tudo aquilo era desprezado pelos professores. Sempre achei que poderiam aproveitar toda aquela movimentação para de alguma forma incentivar os alunos.

Certa vez quando eu eu meu irmão, ainda menores de dez anos, estávamos assistindo o programa do Chaves na televisão e minha mãe estava terminando de preparar o almoço. Passou sobre nossa casa um F5 do nada, acho que ele estava quebrando a barreira do som e estava voando muito baixo sobre o telhado de nossa casa. Nisso minha mãe levou um enorme susto e a panela de arroz que estava na sua mão voou longe. E lá foi palavrão para tudo que foi lado: Piloto desgraçado, filho disso e filho daquilo. Pra que voar desse jeito, seu desnaturado. Eu e meu irmão vendo a cena do sofá caímos na gargalhada, e não deu outra. o chinelo pegou nas nossas bundas.

Com todos os aviões militares voando ao meu redor, meu interesse pela aviação naturalmente  aflorou e quando estava estudando na quinta séria do primário, comprei dois fascículos da revista Top Gun (edições 23 e 44). Daquele momento em diante a paixão só aumentaria. A revista foi um vara mágica que despertou todo o encanto da aviação. Inclusive iria determinar meu futuro profissional. Era uma revista fininha, mas que tinha um material muito bem elaborado. Eu lia e relia a revista várias e várias vezes. Numa das revistas tinha o Henkel e o Boeing P26 e na outra o avião MK1 e o Henkel HE-111. 

Comecei montando miniaturas em arame. E porque arame? Porque havia um resto de cerda velha no quintal e este seria minha principal matéria prima. Fiz dois modelos. O primeiro foi o Henkel HE-111. Usei a revista que tinha comprado para estudar os modelos e que estava guardando com carinho. Ambas as peças tentei deixar tão funcional quanto o avião de verdade. Tempo depois fiz o A1 com a mesma estrutura. Meu tio achou sensacional o projeto. Na época ele era cabo da FAB, pediu a maquete emprestada para servir de instrução interna na Base. A maquete ficou aquartelado quase um ano e meio!!! E eu de tempos em tempos cobrando a devolução da minha maquete.

Eu sempre tive uma cabeça boa pra inventar coisas. Sempre desmontando e montando brinquedos e até mesmo aprimorando alguns que tinha. Tomava algumas broncas do meu pai por deixar as ferramentas dele espalhadas pelo pátio da casa . Quando fiz minhas duas maquetes de arame fiz com a intenção de ser um brinquedo para uma figura que tinha dos Comandos em ação. Não tive grandes dificuldades em fazer elas. Pra dizer a verdade eu já tinha a ideia pronta na cabeça. As revistas que eu estava guardando foram as últimas peças do quebra cabeça. A ideia dos modelos veio ao natural. A construção delas era simples. 

Eu comecei fazendo a silhueta da asa, por exemplo, depois fui fazendo uma estrutura simples imitando cavernas e longarinas, dando em média uma  volta e meia nas pontas com um auxílio de um alicate universal. Assim ela ficava como a peça real, porém numa escala maior. Era quase que um aeromodelo. As rodas dos trens de pouso do HE111 eram de arame, mas do AMX tive a ideia de usar rodas de alguns brinquedos velhos e adaptei na construção. Nos modelos de isopor, as três vistas seriam a parte de cima, lateral e frente. Recortava com tesoura que por vez o desenho seria de molde, sendo desenhado no isopor. 


Depois de tudo desenhado, lapidava as peças com estilete comum e usava cola quente para unir as peças. Minha dificuldade era o acabamento, onde muitas vezes o isopor se esfarelada e ficava umas falhas medonhas. As minhas últimas peças consegui corrigir essas falhas usando pasta de dente...kkkk até hoje me pergunto por que não usei massa acrílica. Depois dos modelos de isopor passei a montar os kits de plastimodelos, os famosos Revell. Comecei montando um Mustang P51B na 1/72. Pensa num bicho faceiro com um avião que se podia mostrar a todos os detalhes, bem diferente dos modelos de isopor que construí. 


Meus pais, familiares e amigos, que sempre acharam e ainda acham interessante o meu hobby. Dizem que o que eu faço é um dom, algo que não basta ter tempo e paciência.  Modéstia parte sempre tive uma cabeça boa pros meus projetos. E uma cabeça boa pra projetos bem diferentes, como exemplo a camioneta que customizei, a Ford 1938. Até hoje não vi, por exemplo, essa miniatura em exposição ou até mesmo na internet. Pode ver ela com outra pintura, mas uma miniatura que a corporação usou nunca vi.

Infelizmente não tenho fotos dos modelos de arames, durante uma reforma pesada na casa dos meus pais acabei perdendo as peças. Os modelos mexiam os trens de pouso e superfícies de comando. Eram de arame em torno de 1,5 mm de espessura. Acomodavam bonecos do filme Gi Joe. Como a construção dos dois aviões os arames da cerca praticamente acabaram, assim tive que encontrar uma nova matéria prima para minhas construções. Surgiu a ideia de fazer miniaturas em isopor. Casualmente ganhei meu primeiro computador. 

Pela internet eu imprimia as 3 vistas de um determinado avião e desenhava no isopor. Fazia todo o processo manualmente de lapidação com um estilete e depois unia as peças com cola quente. Assim, surgia o avião com trem de pouso, fuselagem e asas. A antena eu usava um pedaço de linha de costura de minha mãe. A pintura era tosca, não seguia um padrão de camuflagem, a tinta era a base d'água que era das pinturas de tecido que  minha mãe fazia. Era tudo no improviso. O isopor eu comprava na papelaria. Algumas vezes conseguia isopor que tinha sido utilizado para transporte de eletrodomésticos. Depois de pintado eu colocava as peças em baixo do móvel da televisão para secar . Mas pra mim eram belos trabalhos.

Fui uma ou duas vezes apenas no aeroporto Salgado Filho ver os aviões decolar e pousar. Porém na nossa cidade temo o jornal Diário de Canoas que anuncia nos textos as movimentações extraordinárias de aviões da Força Aérea. Então eu já sabia os dias e horários que os Hércules e outros aviões iriam decolar ou pousar e assim eu já ficava estrategicamente em casa aguardando com meu binóculo. Eram anúncios informando os Exercícios de Formação de Pilotos com as aeronaves da FAB. Eu recortava todos os anúncios e os guardava para minha coleção. Então, eu cresci olhando para o céu como todo que nasce em Canoas, e não tem como estar passando um F5 ou um Hércules e você ali em baixo não olhar para cima, só se for surdo ou doido mesmo.

Naquela época eu tinha um primo distante que as vezes no Natal aparecia na festas de fim de ano na minha casa. E ele ficou fascinado pela minhas maquetes de arames e queria aprender a fazer. Seu pai observando nossa conversa, interveio e disse para seu filho para deixar quieto esse assunto porque aviação não tinha futuro e o pai queria que o filho fosse jogador de futebol. Os anos passaram e o menino virou comandante internacional, a muitos anos que não os vejo. Mas com certeza com a vida dá voltas e nos ensina a refletir o que dizemos no passado. O meu irmão também zoava muito comigo, porque quando eu chegava em casa, contava tudo para minha mãe. Eu era apaixonado por tudo aquilo. Meu irmão um aprendiz de roqueiro, meio distante naquela época, só pegava no meu pé e dizia que aviação não era futuro. E não é que ele foi trabalhar no aeroporto Salgado Filho e depois ele também foi fazer um curso de mecânico de aviação.

Fazendo novas amizades conheci a Hobbycraft onde comprei meu primeiro kit de plastimodelismo, o P51 B Mustang na escala 1/72 da Revell. Pensa num bicho faceiro que agora vai montar kits!! Mas a montagem, foi um tanto frustrante, pois achei que pelo fato do plástico do kit ser em tom de verde não precisaria mais nada a não ser colar e aplicar os decals. Mas depois de algumas dicas com o Flávio, dono da loja, meu segundo kit ficou bem diferente em relação ao primeiro. Talvez pra mim o passo mais importante foi a evolução da pintura onde deixei de usar pincel para usar aerógrafo. O compressor eu fiz com a ajuda do meu pai e de um projeto que vi na internet. O aerógrafo era de simples ação mas que me ajudou e muito na pintura. Nesse meio tempo conheci o Clube Sul de Modelismo onde aprendi técnicas de envelhecimento e a participar de eventos como a Expoaer. 

Aprendi que só doido tem ideia fixa. Então, desde o início tenho empregado diversos materiais nas minhas construções. Como já expliquei, comecei com o arame e hoje estou trabalhando com o uso materiais alternativos e de fácil aquisição, que encontro em papelarias, lojas de ferragens e materiais de construção. Materiais como tinta óleo da acrilex, pigmentos em pó e giz pastel.  Também adoto uso de tintas próprias, onde eu decanto num pote um quantidade necessária dilui com tonner e pinto com aerógrafo. Também uso tinta acrilex, aquelas a base d'água. Tanto para pequenos reparos quanto para fazer o efeito de sujeira e barro. Mas desejo continuar diversificando, eu tenho uma curiosidade em usar materiais próprios para plastimodelos, mas com os preços que estão anunciando, fica difícil de comprar. E quem sabe no futuro uma impressão 3D. 

Participar da Expoaer virou uma data certa no meu calendário anual. Não perco nenhuma oportunidade. No ano passado não tivemos em razão da pandemia. Este evento é uma oportunidade única para todas as famílias, pais e filhos estarem presentes e conhecerem de perto a aviação militar. Poder entrar dentro de um Hércules, em outras vezes também foi permitido entrar em breves momentos em um caça e diversas viaturas e até em tanques de guerra. É um passeio que não pode ser realizado com pressa. São mais de cinquenta mil pessoas que visitam a exposição. Tem que ter calma e paciência para ver tudo. Tem palestras, tem vídeos. É um momento impar e o melhor é que é gratuito e poder conhecer melhor como funciona a profissão de cada militar, porque eles estão ali no evento e tem o prazer de conversar e explicar tudo a todos.

Com o passar dos anos e os aviões em volta influenciando minha vida, não foi muito difícil decidir meu futuro, teria que ser ou piloto ou mecânico. Na verdade meu sonho era ser veterinário, sempre fui cachorreiro desde criança. Minha vida mudou quando comprei as duas revistas, não sei como, mas a paixão pela aviação foi maior que pelos animais. Assim, fui realizar o Curso Técnico de Mecânica na  Escola Parobé em Porto Alegre. Apesar de morar em outra cidade a escola fica no centro de Porto Alegre, então o deslocamento era muito fácil. E foi no Parobé  que me encontrei na profissão. O curso durou dois anos. No início alguns familiares diziam que eu não tinha nada a ver com mecânico. Já outros me apoiavam. E então com o curso, meu esforço e muita luta tive o sucesso de ingressar na aviação como mecânico, realizando meu sonho profissional.

O curso era de mecânica industrial e não de mecânica automotiva. Muitas pessoas acham que curso de mecânica lembra carro. Quando falo que sou mecânico as pessoas pensam que trabalho com carro. Nem imaginam que avião tem mecânico também....kkkkk Mas o de mecânica industrial é bem diferente. Lá tive aulas práticas e teóricas. Os módulos que tive aulas práticas foi de tornearia mecânica, fresagem, ajustagem e ensaios destrutivos. Esses módulos tem trabalhos finais, tendo que fazer uma peça onde era avaliado o acabamento, medidas, etc. Há outros módulos como inglês técnico, metrologia, leitura e interpretação de desenho, cálculo técnico, segurança do trabalho, etc. Todos os módulos tem avaliação no decorrer do tempo com uma prova final. O curso todo teve duração de dois anos. 

Antes da matrícula é preciso fazer uma prova de seleção, tendo que alcançar média mínima de sete para conseguir a vaga. Escolhi fazer o curso a noite pois trabalhava no ramo da metalurgia durante o dia. Teve uma época que tive que fazer algumas aulas aos sábados de manhã. Para receber o certificado tem que fazer um projeto escrito e desenhado, tipo um TCC, e ter mais de 1200 horas de estágio em alguma empresa do ramo. Horas devidamente registrados em documentos para apresentar para a escola. O Parobé tem o segundo grau técnico, onde vc faz estuda pela manhã e pode fazer o curso técnico a tarde. Como eu já tinha o segundo grau completo, fiz apenas o técnico a noite. O trabalho de conclusão tinha que ser bem dissertado, respeitando margens da folha, anexos, índice, capa, contra capa, etc.

A forma que consegui o emprego na Varig foi coisa de destino. Certa vez meu pai estava vendo um carro para comprar numa feira de carros usados. E nessa peregrinação meu pai conheceu um senhor que estava vendendo um carro lá. Conversa vai e conversa vem e esse senhor falou que trabalhava na Varig. Meu pai de cara fez a propaganda de mim e esse senhor falou que assim que eu terminasse o curso técnico eu poderia mandar um currículo pra ele. O tempo passou e marquei com ele de entregar o currículo. Antes de ingressar na empresa tive que fazer alguns testes, exames de admissão e entrevistas. Levou em torno de uma semana pra uma pessoa me ligar e me parabenizar por fazer parte da Varig Engenharia e manutenção.

E foi exatamente através do meu emprego de mecânico de avião que tive a oportunidade de voar pela primeira vez. Foi um voo curte de trinta minutos, mas suficiente de ver tudo de outro ângulo, ver as casas, os carros, as ruas, os edifícios, ver tudo lá de cima é inexplicável. É como se tudo aqui em baixo fosse uma grande maquete. Isso foi na VEM - Varig Engenharia de Manutenção. Foi um voo de experiência, onde o avião está em manutenção e precisa passar por um voo pra fazer futuros ajustes. O piloto desliga o motor um, depois desliga o motor dois, faz voo planado, testa superfície de comando, entre muitos outros testes e simulações de panes. Estavam eu e mais dois abordo, além do piloto e do copiloto. A sensação de estar no ar para mim foi sensacional. Não sei porque mas desde meu primeiro voo até o último me vem, na mente a música do filme Memphis Belle-A fortaleza voadora, onde eles fazem a decolagem pra missão. 

O avião foi um Boeing 737. Se não me falha a memória ficou uns 3 meses em manutenção. Uma curiosidade: na época existia uma lista para o pessoal que quisesse participar do voo. E olha que era bem concorrido!! Na verdade esse voo marcou profundamente minha vida, ele confirmou tudo aquilo que eu sempre sonhei e quis da minha vida profissional. Já quando eu entrei a primeira vez no hangar da Varig eu senti uma profunda felicidade e realização. Aquele trabalho não era um serviço, era como estar na minha casa. E é espetacular você poder trabalhar numa atividade que realmente sente profunda realização. Lembro até hoje aquele primeiro voo, era como estar na Disney, foram apenas trinta minutos, mas para aquele jovem rapaz representou anos de estudos e de sonhos. Os colegas falavam que se acontecesse algum problema eu não voltaria para contar história para minha família. E olha eu aqui contando essa história até hoje. 

Mas felizmente esse voo não foi o único realizado. Foi apenas o primeiro da minha carreira. Em seguida tive que voar novamente a trabalho para um pouco mais longe. Fui ali para Lisboa, algo em torno de doze horas com uma conexão no Aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro e a volta foi com conexão em São Paulo. Em Lisboa eu fui a trabalho. Foi uma semana num pedaço da Europa.  Dois para viagem (ida e volta) e três de serviço. Tive a oportunidade de conhecer a cidade antiga, o ponto de onde saíram as caravelas de Cabral, o Oceanario. O hotel era bacana. Ficava localizado num parque olímpico, ao lado do rio Tejo. É um lugar bem organizado em comparação com o Brasil. Uma das coisas que achei impressionante foi os caixas eletrônicos. Em vez de ficarem em cabines como conhecemos elas ficam instaladas em paredes, direto para rua.

Atualmente voo bem mais frequente, porque se tiver algum avião em manutenção em algum lugar do Brasil eu posso ser escalado. Embarco em um avião, chego no pássaro de metal resolvo o problema e volto para minha base. Se não fosse minha profissão jamais teria condições de voar como eu voo. Quando tenho que atender algum avião em base geralmente tenho que levar algumas ferramentas. Elas são despachadas para o porão de carga. Teve uma vez que sai de Curitiba para Salvador de phanon 100, avião do dono da empresa. Fui de manhã cedo e voltei no mesmo dia. O mais longe que fui foi para Boa Vista. As bases tem algumas ferramentas, mas como eu trabalho com a parte estrutural do avião eu tenho que levar algumas ferramentas específicas. Caso eu tenha que pernoitar no local do serviço a empresa paga uma estadia num hotel credenciado com café da manhã. 

 Certa vez, pesquisando na internet, encontrei um veículo militar Scout Car diferente de qualquer outro. O que chamou a atenção foi o desenho de um jacaré pintado no casco. Procurei por referência mas não achei nada. Então liguei para o museu militar de Porto Alegre, informaram que o carro não fazia parte do acervo, mas de um colecionador particular. Consegui o contado dele. Combinamos um encontro. Depois de ter tirado as fotos, decidi reproduzir sua maquete,  pesquisei e comprei um M3A1 Scout Car na escala 1/35. Reproduzi todos os  detalhes que tinha o carro na miniatura! Do desgaste até o rádio de comunicação. Certa vez eu e meu clube, o Clube Sul de Modelismo, fizemos uma exposição no Shopping DC Navegantes em Porto Alegre  onde levei a miniatura. Um senhor que visitava lá ficou impressionado com a minha miniatura e ligou para o dono do carro real: "Professor o seu Scout está aqui no DC!" E o professor responde: "como que ele está no DC se estou na frente dele?" 

E o visitante da exposição respondeu: "Professor, estou num evento aqui no DC e tem uma miniatura do Scout igual ao carro de verdade!!".  Dizem que o professor parou que estava fazendo e foi ao Shopping ver o evento. Quando fiquei sabendo do assunto, entrei em contato com ele e desde então ficamos amigos, tanto que quando comprei meu CJ5 ele que me ajudou a comprar e me ajudou com varias dicas para restaurá-lo.  Pouco antes de vir para São José dos Pinhais presenteei a miniatura ao professor. Para muitos que viram a miniatura não passou de um carrinho, mas aos olhos de quem entende e sabe o quanto foi a dedicação e empenho para fazer uma miniatura fiel ao carro real, sabe o real valor.

Um dia pensei em ampliar os horizontes. Estudando daqui e dali comecei a me aventurar na militaria escala 1/72 com um kit simples do carro M4 Sherman. Apanhei muito pra fazer os efeitos de sujeira, graxa, óleo e até mesmo lama. Mas pegando algumas dicas do pessoal que conhecia meus kits foram ficando mais refinados. Hoje em dia estou mais focado em militaria, em especial na escala 1/35, customização de diecast e transformação de carrinhos de brinquedo simples em peças colecionáveis. 

     

Literalmente monto meus carros por hobby  por paixão. Meu objetivo não é financeiro, não ganho nada de dinheiro com as minhas miniaturas e meus projetos são baseados em peças que não são muito conhecidas. Como por exemplo a Kombi torre da FAB que montei, em diecast, na escala 1/32. Essas viaturas, no meu ponto de vista, estão ficando esquecidos e monto elas para mostrar ao povo o que existiu e o que existe nas Forças Armadas. Não tenho interesse em venda, construo por prazer e para mostrar para o público.

Nos eventos que participo costumo ir com uma farda da FEB, levo réplicas de caixas de madeiras (onde os kits são acomodados pra transporte), réplicas de munições e outros adornos onde o público possa ter ideia de o que a FEB usou na WW2, desde a vestimenta até acessórios, além das minhas  miniaturas. Espero um dia que os valores dos kits e dos insumos diminuam. Existe muita coisa boa no mercado, mas com o preço que estão sendo vendidos, para mim, se torna inviável e acabo indo pro lado do Scratch. Como mencionado antes faço da minha coleção um hobby. Um divertimento onde misturo um pouco de arte, tempo, paciência e um pouco de carinho por cada projeto que executado e que fica na minha cristaleira para futuros evento!


Miguel Arcanjo
Fantástico relato Fernando Pereira ..
Fantásticas histórias..
Sempre te vi com diferencial naquilo que fazia ..
Deus continue te abençoando com a sabedoria devida em cada passo , cada missão ..
Feliz por ter somado um pouquinho lá atrás em seu começo..
Parabéns
 e Bons voos sempre..
Abração Pampa


Fábio Paiva
Parabéns soldado 👏🏻👏🏻Quem diria nós começamos lá Em 2001 no colégio `Parobé 👏🏻👏🏻👏🏻
Grande abraço meu amigo 🤙🏼🤙🏼




Jesus Étudo Prami Lobilo
Parabéns
 pela sua atitude

Evandro Ribeiro
Parabéns
 !

Cafezinho Hautomec
PARABÉNS
, BOA SORTE


Fernando Luis Dos Reis
Parabéns
 sucesso

Jefferson Darbeville
Parabéns
!! Sucesso

Maria de Lourdes
Bom. Dia.
Parabéns

André De Barros Santos
Só não pode consertar peças com cola de kits...kkkk. Sucesso, amigo.

Parabéns

Luciana Lourenço
Deus abençoe

Joelia Patriota
Eu comecei com 18 anos... Lá atrás eu sonhei que tudo daria certo, e a medida que eu estudasse, lutasse, fizesse o meu melhor, alcançaria segurança... Porém, não foi assim.

Sidney Vicente
Já voei muito nesse legacy. Bons tempos de geiv.

Rose Oliveira
Sucesso!!

Parabéns
 !

Excelente

Robson Souza
Parabéns
 meu amigo

Voe

Muito bacana sua história. 👏👏👏👏🏆

Vera Tan
Parabens👏👏👏

Regiane André
Sucesso sempre apenas o começo. Vitória sempre

Lúcia Silva
Parabéns

Roberto Sodré
Os aviões da FAB fizeram parte da minha infância, os do Geiv em especial, os voos rasantes são inesquecíveis. Hoje sou MMA graças a presença militar em Carolina-Ma

Oseias Dcasamoveis Marceneiro
Parabéns
 e sucesso

Gadelha George
Parabéns
 a você so não pode fazer gambiarra kkkk

João Alves Silva
Fizestes o curso em.que instituição e qual. estado?

Robson Souza
Parabéns
 meu amigo

Dóris Sampaio
Sucesso, quem BATALHA sempre receberá a recompensa.

Paulo Silva
Sempre antes de assumir um voo , ou após, eu aperto as MÃOS dos mecânicos que estão próximos da aeronave - E CONVERSO

Janete Syka
Meu marido e meu filho foram mecânicos na Varig .....meu filho depois inspetor na Gol , e coordenador na Azul !! Obrigado pelo o reconhecimento aos mecânicos!!


Ivonel Krebs Montenegro
Quem luta por algo, seguramente alcança. Parabéns


Margit Schmiedt
Viva a Varig !

Rose Oliveira
Sucesso!!


Joaquim Silva
Parabens e que tenha um FUTURO BRILHANTE.

Geronilson França
Opa. é nós mi fixa ai kkkkk boa sorte


Giovani Scarpari
Aí  eu dou valor


Jesus Étudo Prami Lobilo
Parabéns
 pela sua atitude

Maria De Carolis
Que assim seja🙏🙏

Leonora Morena
Parabéns
 sucesso sempre


Magno Mota
Parabéns
 pela conquista


Marcelo Malucho
Administrador
Jones Rodrigues Rodrigues olha não li tudo ainda mas uma parte, falo pra vc que a aviaçáo de hoje 3 muito diferente da antiga, mas sempre foi o QI isso nunca.mudou e sempre será assim, uma pena que hoje quem quer voar, acredito que 80% dos novos pilotos querem mais é.status de carregar berimbelas no ombro e tirar fotos e vídeos do que realmente a paixão pela profissão, o que o cmte relata em salas de.aula e faculdades é real, tem gente que não tem interesse, eu comí pão com mortadela e as vezes não tinha dinheiro nem.para almoçar no aeroclube quando eu estava fazendo.o PP, meu salário não dava pra nada, eu acordava estudando e dormia estudando, meus pais me ajudavam com dinheiro para voar, trabalhei na TAM executiva na vip ganhando salário mínimo, carregava malas de playboys, políticos, atores, cantores, empresários debaixo de sol e chuva para estar no meio da aviação, segui os mesmos passos de alguns amigos que hj estão voando graças a Deus, mas onde eu errei, não sei, talvez tenha faltado sorte, eu me dedicava ao meu trabalho, fazia da melhor forma, respeitava a todos e um dia do nada fui demitido, aquilo acabou comigo, ali era minha casa, meu sonho minha alegria, quando saí, parecia que a vida tinha acabado, mas eu precisava trabalhar e só conseguia emprego na aviação quem tinha tempo de ficar no ambiente aeroporto, pista, aeroclube, se eu ficasse lá não ganhava dinheiro, para ganhar dinheiro não podia ficar lá, e aí foi o início do fim, mas 18 anos depois retornei e finalizei tudo, voei por um período de 8 meses cobrindo.licença de um piloto da executiva e acabou meu tempo, desde então não consegui mais arrumar nada, alguns fatores contribuíram, como não ter tempo de ficar em aeroportos, precisar trabalhar, minhas contas hj são bem mais altas que antes, não ter o inglês necessário e idade acima de 40 anos na época com poucas horas de vôo, eu voava cerca de 30 horas por mês estourando em.um king Air F90, carteiras venceram e eu renovei, gastei, estudei, fiz jet training, fiz inglês, fiz tudo que eu tinha direito, enfim estou aqui hj trabalhando com comunicação visual e comprei um caminhão para 2022 se as coisas melhorarem colocar para rodar, a aviação é muito ingrata, já vi milhares de pilotos e comissários demitidos por crise, é muito instável, portanto vá atrás, faça estude e tente, cada um tem uma sorte, um destino e um caminho traçado por DEUS, só ele sabe do futuro, mas sempre tenha algo de suporte fora da aviação, falo porque desde os meus 18 anos estive envolvido e já vi muita coisa. Independente de eu estar trabalhando ou não, não me arrependo de nada do que fiz, foi experiência, foi satisfação, foi realização, se hj estou fora, pode ser culpa minha e de mais ningu.ou era destino mesmo, só agradeço a DEUS por estar onde estou.
Boa sorte e vá em frente, sucesso e não deixe que pessoas de fora coloquem besteiras na sua cabeça mas ouça as histórias dos mais velhos porque elas são importantes para suas decisões no futuro, tenha apenas como conhecimento e não como decisões.


Marco Antonio Barbosa
Parabéns e muitas felicidades

Leandro Alexandre da Silva
Que seu lugar ao sol seja longo próspero e muito feliz, 
parabéns
.

Parabéns


Fatima Basegio
Parabéns
 pela conquista

Dóris Sampaio
Desejo o sucesso! Somos o que planejamos, mas o foco deve iniciar cedo e constantes aprendizados sempre.

Paulo Cesar Cardoso
Maravilha sonhar e realizar. Hoje corro atrás de outros sonhos já não sou mais jovem ja estou idoso. Só tenho dois sonhos e não são meus mais do povo pelo povo

Romilson Santos
Meu respeito e admiração. Crescer pelo meritocracia é algo que só quem sente entenderá. Felicidades.

Luís Antônio
Famoso "soldado". Esse é fera!


Parabéns 

Muryllo Della Méa
Parabéns
 amigo !! Gostei da sua atitude positiva... Exemplo p'ra muitos... Nunca desistir dos sonhos e repetir sempre "EU VENÇO SEMPRE " !!!!!!

Rosi Spudeit
Parabéns
 e muito sucesso.
Que consiga realizar todos os seus sonhos.



Roberto Toledo
Servi nesta unidade de 1975 a 1978 S1 qmrVA Toledo

Veridiano Rodrigues
nunca pensaste em ingressar na Escola de Especialista da Aeronáutica.


José Barreto
Parabéns
 e muito sucesso

Adriana Vidal
Parabéns
 pela conquista