Paixão pela aviação: 13/12/2020

Eu sou natural do Espirito Santo, da cidade de Pedro Canário. Já morrei várias vezes na Bahia nas cidades de Teixeira de Freitas e em Salvador, por causa do trabalho de meu pai tínhamos que fazer mudanças constantes, ele era mecânico de máquinas pesadas de terraplanagem.

Tenho 21 anos e meu interesse por aviões iniciou quando me mudei para Salvador. Onde eu observa os aviões pousar e decolar no bairro de Campinas de Pirajá.

Eram muitos aviões. Eu ficava admirando os aviões ali na minha frente, a uns três kms da cabeceira do aeroporto.

Eles já vinham em rota, prontinhos para pousar, e as vezes era até possível enxergar o trem de pouso baixar. Isso era fantástico para as crianças e todos que ali tinham esse privilégio. Naquela época não se falava dos spotter que ficam horas e horas fotografando os aviões. Alguns ficam chegam a viajar pelo mundo atrás das melhores fotos . Então um dia passou um avião Mirage da Fab, então surgiu a curiosidade de saber como funcionava uma turbina e comecei a pesquisar na internet. Comecei a desenhar vários modelos de turbinas. Coincidentemente eu jogava muitos jogos de vídeo game de guerras e aviões e para completar sempre fui apaixonado por filmes e documentários de guerras também.

Comecei a fazer o ensino médio na Escola Família Rural Vinhático depois que voltei da Bahia para o Espírito Santo. Então, fiquei sabendo que poderia entrar na Escola de Segundo Grau da FAB, mas vinha de uma escola agrícola e só tinha quatro meses para me preparar.

Hoje, tenho a noção que na verdade não tinha muitas chances de conseguir passar naquele momento, pois muitos candidatos se preparam durante anos para esse concurso, na verdade já estão focados no primeiro grau e em reforços extras curriculares.

Mesmo assim, meu pai e meu irmão mais velho me levaram até Minas Gerais para eu realizar o concurso. Mas foi muito bom, adquiri experiência e vivência ao realizar a prova, aprendi que a vida não é fácil e que se você não for a luta não vai chegar a lugar nenhum e também não pode desistir simplesmente e virar a página. Assim, voltei e fiz

meu segundo grau perto de minha família.

Passou um tempo comecei a jogar um novo jogo que tinha uns veículos muito bem detalhados, eu ficava impressionado com tamanha perfeição. E nessa época também assistia alguns documentários sobre a guerra do Vietnã e comecei a me aventurar a construir alguns veículos como o Blindado M60, o M 551-Sheridan, entre outros.

Em 2017 era para ser um ano maravilhoso, com muitos planos. Mas as coisas começaram a não dar certo. Eu conclui o Ensino Médio, com muitas perspectivas de vida de todo jovem. Iria tirar a carteira de motorista, pois tinha completado 18 anos, que é o sonho de todo o jovem. Fiz um curso para prestar concurso da PM da Bahia e passei no concurso.

E tinha expectativa de ir para o Grupamento Aéreo da PM. Então, muitos sonhos e expectativas. Depois no passar do tempo o concurso foi anulado, meu pai ficou dois meses doente, vindo a falecer. Assim, esse ano acabou sendo muito difícil para mim e toda a minha família. Acabei deixando de lado toda a inspiração por modelagem.

Eu só comecei a fazer as coisas no meio do ano seguinte. Na verdade eu só voltei a fazer alguma coisa na vida mesmo depois de um tempo. Quando eu já com 19 anos, tirei minha CHN, já estava mais recuperado, cheguei a conclusão que a PM não iria mais me chamar, tentei conseguir um trabalho sem sucesso, apenas alguns bicos de serviço. Então eu assisti um vídeo sobre os Fuzileiros Navais e jogava também um jogo que falava muito sobre eles. E foi com esses vídeos que voltei a fazer algumas modelagens.

Nas cidades de Teixeira e São Mateus já visitei os aeroportos, mas claro são aeroportos pequenos. Já tive a oportunidade de entrar dentro de avião e helicóptero, mas ainda não tive a oportunidade de voar num deles, mas qualquer dia vai chegar minha hora. Em Salvador eu vi o Bandeirante, o Mirage, e os 3PAM que lá é a base deles.

O material que eu uso para fazer as maquetes é material escolar. Basicamente é papelão para fazer o corpo, depois cubro com folha A4 para ficar com melhor acabamento. O que não cubro são os veículos terrestres. Eu uso cola branca, cola silicone, palito de churrasco, palito de dente, palito de picolé para fazer as partes mais frágeis, tais como pezinhos armamentos e hélices. Outra curiosidade minha é que eu confecciono também os pilotos e soldados para tripolar as aeronaves e veículos.

Muitas das minhas inspirações para construir os meus modelos são jogos e programas 3D. Eu gosto muito de construir as aeronaves dos Fuzileiros Navais. Ela me surpreende, na verdade ela já tem uma aviação própria, a maioria depende da Marinha ou das próprias Forças Aéreas.

Eu assisti uma reportagem que se a Força dos Fuzileiros Navais fossem uma Força Aérea realmente seriam a quinta Força Aérea maior do Mundo em termos de aeronaves. Eles operam inclusive aviões supersônicos até Hércules.

Minha paixão mesmo são operações militares. Um dos helicópteros que construo foi o Modelo Americano Huey I e II, que foram os grandes protagonistas da Guerra do Vietnã. Para construir eles tive que primeiro fazer alguns modelos sem muita perfeição, mais na tentativa "erro e acerto". Mas assim, venho a adquirir minha experiência. E na época eu também não revesti ele não. Deixei ele no papelão puro. Acho que até ficou legal. Depois com um tempo tive a ideia de revestir ele com papel e ficou mais imponente.

A minha principal matéria prima é o papelão é porque é fácil de usar. A ideia original eu queria fazer de madeira, só que eu ao estudar descobri que precisaria de muitas ferramentas que eu não tenho e não poderia comprar, e talvez teria que ter um torno.

Surgiu a ideia de fazer com madeira mdf, que é uma madeira muito fácil de trabalhar. Porém o projeto como um todo ficaria muito caro para fazer uma miniatura só para mim. Então acabei mantendo até hoje a técnica do papelão que é fácil de ser encontrado e de ser trabalhado.

As maquetes que eu construo eu não faço para vender. Pelo contrário, eu realizo um sonho de ter minha coleção própria. Eu não teria condições financeiras para poder comprar. E também não sei se eu teria a mesma satisfação e realização que tenho ao construir se fossem compradas. Sei hoje das dificuldades que tive ao construir cada modelo. São simples, mas foram construídas por mim e com total dedicação.

Esse trator é uma das lembranças dos meus brinquedos de tempos de criança

As aeronaves eu me inspiro pelo meu gosto e eu baixo geralmente as plantas na internet. Onde explica inclusive como construir uma maquete. Mostra tudo lá como fazer. Quando eu desenhei um Mirage eu já tinha também uma noção de planta.

A minha meta agora com 21 anos é estudar em um curso pra trabalhar na aviação.. Então, criei coragem, sai do Norte do Espirito Santo, quase na Bahia, cruzei o Brasil até São José dos Pinhais que me acolhei em 2021. Iniciei meu curso e estou trabalhando em um mercado. É fácil? Não, mas quem quer vencer na vida, tem que lutar e batalhar para crescer e prosperar.

Sylvia Giambruno

Parabéns!!! Muito lindos!

Jerdhal Santos

Parabéns pela criação

André Lima Felipe

Parabéns!!!

Carlos França

É :: ENCANTADOR...PARABÉNS...

Parabéns!!!

Parabéns

Jóia

PARABÉNS meu Jovem

Fernando Antonio Haddad

Parabéns pela criatividade

Robson Pereira

A maior maquete de avião do Brasil feita de materiais 100% recicláveis ( Ita ) , minha criação e tenho um acervo muito mais aqui, tudo feito de coisas que iriam para o lixo, ferro velho....curtam aí se gostaram ...

Rita Tindade

Gosto de maquetes,a atenção a precisão a cada detalhe concebível.

Rogerio Carrasco

Também comecei a fazer modelos de carros e aviões de cartolina aos 9 anos. E continuo a fazer, aos 73.

João Pedro Motta

Muita habilidade e persistência

. Meus parabéns.Nao desista!

Abraço.

Bryant Qualls

Beautiful from a retired C-130 pilot!

Maria Angela Cerqueira

Parabéns