Tudo começou em Mundo
Novo no Mato Grosso do Sul, quando eu tinha uns oito anos de idade, meu pai
havia sido contratado para fotografar nossa cidade de um avião e me levou junto
para voar. Lembro de poucas coisas, pois tudo era novidade. E que novidades!!!!!
Lembro que ficava tentando olhar pela janela no último banco do avião.
Mas
quase não via nada pelo lado de fora, eu era muito pequeno!!! Risos !!! E
depois de algum tempo pousamos em uma cidade vizinha para abastecer. Recordo de
ter andado sobre a asa de e ter sentado no assento do copiloto. Observei
todos aqueles instrumentos. Vagamente lembro de estar andado pelo pátio e de
ter visto outras aeronaves. Alguns anos depois comecei a admirar a gostar
de aviões.
Na década de oitenta
na minha cidade havia um aeródromo com um movimento razoável de aeronaves de
pequeno porte e o barulho dos motores chamavam a minha atenção e os pilotos
passavam quase tocando o teto das casas. Isso era espetacular. Alguns passavam
tão baixo sobre a cidade que dava para ver se o piloto tinha bigode ou
não.
O pior ou melhor que praticamente chamava cada vez mais a minha atenção aos
poucos comecei a visitar mais o aeródromo que naquela época era aberto e podia
entrar e tocar na aeronave e quando vinha o governador e sua comitiva era a
maior comemoração. Eram de cinco a nove aeronaves juntas e a minha festa estava
garantida.
Naquela época toda
vez que aterrissava uma aeronave eu partia para lá de bicicleta como um doido. As
vezes ao chegar lá o avião já tinha ido embora ou ainda via ele decolando , em
seguida voltava para casa murchinho, risos. Mas quando a aeronave ficava
lá durante algumas horas, olhava tudo o que dava e quando algum piloto também
tinha que ficar esperando o passageiro retornar ficávamos conversando. Alguns
até deixava sentar no banco do copiloto e mostrava o painel e como funcionava,
nossa para mim isso era coisa de outro mundo.
Certa vez aconteceu
algo inesperado, um piloto ele disse: estamos indo para Eldorado deixar
um passageiro, que é uma cidade vizinha de onde eu moro, fica uns 18 km
por estrada, e em seguida partiria para Campo Grande e isso já era umas 17:00
horas, caso vc (eu no caso ) queira ir junto ai você dá um jeito de voltar.
Nossa ai o pânico pegou estava de bicicleta e a mente nisso tomou rumo ignorado,
resumindo, deixei a bike um matagal próximo e esperei o passageiro retornar.
Nem pensava nas consequências de como iria voltar para casa. As 17:40 mais ou
menos e a tarde já estava indo embora até que o passageiro apareceu e o piloto
conversou com ele e explicou se ele não importava se eu pegasse uma
carona até aquela cidade e explicou o motivo e o rapaz disse tudo bem. Nossa aí
o coração bateu 300 vezes por segundo.
Entrei na aeronave, um Sêneca, aporta
fechou o piloto fez toda a preparação deu partida dos motores ai mais
ainda pensei, meu Deus onde fui me meter, mas rapidinho as preocupações sumiram
o avião começou a movimentar e pela janela via o tempo começando a turvar.
O piloto alinhou a
aeronave na pista e acelerou nossa que coisa fantástica que sensação
indescritível tentei curtir ao máximo, mais ou menos de 3 ou 4 minutos depois a
tristeza, e já estava pousando na cidade vizinha, meu que rápido que foi.
Pousamos aí o camarada que estava para ficar na cidade deu uma carona até a
rodovia que ficava uns 2 km do aeródromo e lá fiquei contando com a sorte de
pegar uma carona. Depois de 10 minutos apareceu um Senhor e sua esposa, ai
deram uma carona até minha cidade.
Pedi para parar próximo ao aeródromo
que ficava na entrada da cidade, nisso já estava escuro e quase sem ver nada
fui atrás da bike, já com medo de que alguém tinha levado embora, mas lógico
não, graças a Deus estava lá. Senão ia ser duas surras uma pela aventura e
outra pela bike e nisso tudo demorou alguns longos anos para eu contar para
minha família o que tinha ocorrido. Mesmo assim apesar do ato talvez
não pensado, valeu a pena.
Assim com o
tempo fui amadurecendo o gosto pela aviação, comecei a juntar fotos e recortes
de aviões. Logo vieram as revistas e mesmo assim quando ouvia o motor
roncando de uma aeronave corria para cima de casa para cuidar se ele iria
pousar. Assim que percebia o trem de pouso baixando eu pegava a bicicleta e
partia para o aeródromo que ficava uns 5 km de casa. Cheguei a ir três vezes
durante um dia, pensa nessa cena!!.
E com nove e dez anos mais ou menos já
vinha aumentando cada vez mais o interesse pela aviação. O que eu podia fazer
era ver apenas pessoalmente e estar bem próximo as aeronaves. E claro
tinha minha coleção de fotos, recortes de revistas etc. Enfim, mas nessa época
já imaginava em ter algum modelo de avião perfeito em miniatura!!!
Havia uma banca de
revistas que descobri que ela vendia revistas de aeronaves, nossa, chegava a ir
até 3 vezes por semana para ver as capas. Naquela época acho que tinha umas 4
ou 5 tipos de publicações diferentes, como eu sabia onde ficava a sessão de
revistas de aviação eu ia direto e nem olhava para o lado para ver. Eu
ficava fissurado , pegava alguma das publicações e olhava como se aquilo fosse
algo de outro mundo, era fantástico, belo, reluzente novo, lindo.
Pois era o que tinha na época , bem diferente de hoje em dia, e
onde eu quero chegar eu não me continha ficava cego para o redor e quando via a
capa e ou começava a folear a revista eu dizia em tom baixo; nossa ,nossa,
ooolhhhaaaa isso , oooolhhhaaaa affffff, ummmnosssaaa, algumas
pessoas vinham por trás ao perceber o entusiasmo ,para ver o que eu estava tão
empolgado nisso eu me continha um pouco as vezes eu saia sem ar e com o coração
batendo a mil só por ver as capas ou as revistas inteiras, nossa que prazer,
que satisfação que alegria.
Pois ainda era novidade nesse campo e fazia
misérias para conseguir comprar as publicações não queria perder nenhuma, mas
nem sempre dava. Se for perguntar para o dona da banca, hoje , como eu era na
época ainda ela pode confirmar, nossa como uma coisa tão simples, algumas
folhas de papel podia deixar tão vidrado tão entusiasmado assim, nossa que bom
que foi aquela época.
Quando criança eu
imaginava uma miniatura real, como se colocasse o avião real dentro de uma
máquina mágica e a reduzisse no tamanho desejado. Pois naquela época
existia apenas alguns brinquedos que pareciam avião ,mas só pareciam, risos. E
foi nessa época que tive a ideia e iniciativa de construir a minha primeira
maquete.
Peguei algumas chapas de madeira de uma caixa de tomate fiz
o desenho lateral de um avião imaginário, no caso duas laterais
iguais para formar a fuselagem ficando aquela coisa quadrada, e a asa apenas
uma chapinha de pinos e pintei de marrom que era a tinta que tinha por perto.
Nossa !!!! Pensa numa criança feliz, faceira e realizada por ter
construído um avião, risos.
O tempo foi passando
e a paixão cada vez mais aumentando. Sonhando, imaginando, fazendo planos etc.
Tudo já voltado para a aviação. Com doze anos comecei a desenhar, até que
depois de um certo tempo fazia desenhos em cartolina com algum tema alusivo a
uma data comemorativa por exemplo dia do aviador, dia da aviação, de
caças, entre outras.
Colocava no mural do pátio da escola, de longe ficava
observando os alunos passando e parando para ver o trabalho, muitas
vezes pendurava o trabalho no mural sem ninguém saber que era eu
para ver a reação delas. Pois já estava em um nível até bom nos
desenhos, por fim fiquei conhecido pelos desenhos.
Então tive a ideia de
tentar fazer um avião sofisticado de alguma forma, algum modelo.Trabalhei com o
isopor e sempre procurando algum material diferente que fosse fácil de moldar,
mas sem muita pressa era apenas um passa tempo. Também tive uma
ideia de colecionar objetos, mandava cartas para empresas de
aviação, pedindo revistas e fotos. Cheguei mandar umas 20 cartas em
um mês e quando chegava pelo correio algum envelope, nossa, pensa na
felicidade, que tempo bom.
Naquela época sem internet tinha que ser por carta,
escrever uma por uma, comprar o envelope e o selo e colocar nos Correios e
esperar semanas para talvez um retorno. E desta forma fui conhecendo
mais e mais sobre a aviação em geral. Tenho praticamente todas as fotos e
revistas que comecei a colecionar até hoje. Atualmente são mais de 1 200
revistas, centenas de fotos e milhares de recortes de revistas e jornais e
outros.
Só de revistas cheguei a juntar 1.200,
infelizmente com o tempo algumas se perderam outras e outras não faziam sentido
em ter. Hoje tenho 965 exemplares, além de 6.000 recortes de jornais e
revistas de todos os tamanhos e formas. Eu era tão obcecado em colecionar os
recortes que muitas vezes via um jornal ou parte jogado na rua e de forma
discreta pegava e procurava se havia alguma foto e quando passava em algum
local que o morador havia jogado algum material como revistas tipo VEJA,
MANCHETE eu dava meia volta e pegava tudo.
Certa vez, o dono de uma farmácia jogou umas 48 revistas sendo a maioria da VEJA , afff, não pensei duas vezes levei tudo para casa e folhei uma a uma e cada foto que encontrava era uma satisfação enorme. Enfim, coisas da época. Hoje em dia com a internet a economia de tempo e dinheiro faz a diferença.
Praticamente é
possível encontrar de tudo e mais um pouco. Principalmente os desenhos em
três vistas que é primordial para se fazer as maquetes. Quando adquiri o
primeiro PC a primeira coisa foi buscar matérias sobre aviação, de lá para cá
não parei mais. Hoje tenho mais de 22 mil arquivos entre fotos, desenhos
reportagens de todo os tipos e formas.
Agradecimentos a Dona Marisa Lucchiari Nunes pelo belo exemplar do Livro.
Mas acredito que nesse bolo de arquivos já tenho quase todos os modelos necessários e todo mês faço uma copia dos arquivos em um HD externo pois se o computador der um pirepaque tenho os arquivos guardados em outro lugar. Imagina um raio vindo e descendo pela fiação e adentrando no PC e fazendo os arquivos irem para o além 15 anos de garimpagem perdidos, nesse caso só a mega da virada para relaxar......
Na sétima série, participei de uma feira de ciências com o tema a "física do voo" e lá ocupei duas paredes da sala de aula com vários temas sobre aviação. Claro com fotos, várias revistas e três maquetes de 60 a 80 cm de comprimento feitas com isopor e revestido com papel cartão sendo um P-47, um 14 Bis e um Bell Cobra. Mesmo não dominando as técnicas de fazer em miniaturas isso rendeu convite para realizar outras duas apresentações em feiras de ciências nas cidades de Campo Grande MS e Foz do Iguaçu PR.
Tudo isso
só aumentava o desejo pela aviação e isso era todos os dias. Dentre muitos
outros fatos e pensamentos corriqueiros nesse período, voltado a esse
tema, procurei a aprimorar as técnicas de construção das
maquetes Aliás , tentar faze-las menores , mas isso só foi mudar e ainda
aos poucos
Então minhas anteninhas se ligaram, já
estiquei o pescoço tentando achar de onde vinha aquele som e com isso o som só
aumentava e eu doido quando que de repente um HB 350 esquilo surge do meio da
mata de onde eu estava e passa devagar a uns 80 =100 metros na minha frete preparando
para pousar no meu lado uns 50 metros pois ainda não tinha percebido o
heliporto que estava ao minha direita.
Noossaaa Senhooraaaa
que tribulação foi aquela, já não queria sair mais da li, algum tempo depois a
professora de ciências que estava monitorando o grupo de estudantes foi até um
funcionário do parque e perguntou se tinha como deixar aquele aluno,
apontando para mim , voar de helicóptero ai mostrou a papelada do evento e
disse que eu era apaixonado por aviação e que estava ali fazendo um feira de
ciências com o tema de aviação e eu ali sem graça de tudo, pensei comigo.
Acho que jamais vão deixar eu voar em um helicóptero de graça e não é que deu
certo eles liberaram o passeio. Jesus, nem podia imaginar, na época
era´cobrado 40 reais por 10 minutos de voo e eu durinho durinho. Imagina
se não fosse a chorada da professora ia ficar só olhando. Foi ai que pela
segunda vez voei, que fantástico, se eu pudesse não descia tão cedo, afff.
ai sim valeu a pena todo aquele trabalhão da exposição.
Aos 23 anos fui
realizar um curso em Navirai no Mato Grosso do Sul e um amigo me levou ao
aeroporto, dizendo que ali havia um pessoal que fazia aviões de madeira,.
Eu nem imaginava o que me esperava. Quando cheguei, o meu queixo e o resto da
boca caíram !!!! Haviam muitas maquetes. Algo até então que eu nem
imaginava que pudesse existir. Eu nem sonhava o que seria uma maquete
profissional e com aquele acabamento!!! Eles faziam sob
encomenda, fiquei tonto de ver aqueles modelos.
Eu nem podia comparar
a alguma coisa de tão abestado que fiquei. Comprei um modelo deles um
Seneca 3 com faixas azuis e vermelha. Nossa, para mim uma carreta
carregada de ouro não tinha tanto valor quanto aquela maquete. Mais uma vez,
havia recebido outro incentivo para me aprofundar nesse novo mundo que me abria
da noite para o dia. Aprofundei meus estudos em desenvolver outros métodos e
adquiri algumas ferramentas para ver se conseguia desenvolver algum modelo novo
com aqueles requintes de perfeição.
Todo início é
difícil, emprestando ferramentas e comprando outras. Praticando e com isso
tinha dezenas ou centenas de dúvidas surgindo cada vez mais. E o pior sem tem a
quem perguntar: Como colar a asa com a fuselagem? Que material certo
devia usar? Que tipo de massa usar?
Como fazia isso e como fazia
aquilo? Pois não queria perguntar para aquele pessoal do aeroporto que já
produzia para não ficar chato. Pois meu curso na cidade iria levar seis meses.
Até que um dia tive a brilhante ideia de desvendar algumas dúvidas.
Tive a
coragem de quebrar, cortar abrir a maquete que eu tinha
comprado deles. Foi então que comecei a dar uma melhor firmeza nas junções
de asas e estabilizadores. Conforme as condições permitiam eu ia comprando as
ferramentas necessárias e sempre que possível construindo e elaborando
métodos para concluir e facilitar cada modelo.
No período de elaboração dos
modelos eu morava com a minha mãe e no fundo do quintal havia uma fossa e lá
era o destino dos modelos que não davam certo ou que não ficava como eu queria.
No final das contas, até o dia que realmente comecei a acertar os modelos
deveria ter mais de 50 maquetes no fundo dela, mas tudo isso fez parte do
processo de aprendizagem, risos.
O tempo que demorei para comprar as ferramentas básicas e adquirir a prática
necessária para dar a forma correta das aeronaves não foi de um dia para o outro. Uma porque todo inicio de algum projeto leva tempo além, de questões de
material e habilidade para desenvolver tem
outras questões como o tempo disponível, fatores pessoais e externos, como o ânimo que não podia deixar de ser
influenciado por esses outros fatores e que as vezes algumas pessoas tinham muita
força e as vezes eu passava meses sem trabalhar em nada, pois por um motivo ou outro
ou um cliente ou outro fazia os planos desmoronarem ao suspender ou não contratar um serviço. Coisas habituais da
maioria de qualquer pessoa.
Vamos assim dizer, no inicio pouquíssimas
pessoas acreditavam e incentivavam a levantar a minha moral. Digo isso em todos os aspectos e níveis,
na época por parecer algo insignificante para alguns e de pouco valor, mas eu
já entendia. Pois a maioria, na verdade todas as pessoas, não tinha nada a ver
com essa minha história e por isso não enxergavam
naquilo como algo interessante. Logicamente que hoje é bem diferente, mesmo as
pessoas que antes não demonstravam aquela admiração ou surpresa por ver um trabalho
feito em madeira, hoje muitos dizem : nossa parabéns!!
Em 2012 comecei a notar que os modelos já estavam muito bonitos, com uma boa apresentação e com qualidade e cheguei a vender quatro modelos para alguns amigos. Foi quando tive a ideia de fazer uma exposição aqui na minha cidade, em alugar um salão por três dias para expor o material. Com isso surgiram várias ideias, além das maquetes, eu iria expor temas relacionados com a aviação em geral, história, pinturas, motores etc.
Vários tópicos sobre a aviação mostrados em vídeos e
fotos que na época e ainda hoje era o que mais eu tenho. Passei quase um ano
planejando como eu poderia expor tudo isso. Planos, planos e mais planos. E a
ideia era expor uns 20 modelos, mais tarde passou para 30 cada um diferente do
outro. Quando eu já estava na construção da 23º aeronave a minha irmã
chegou viu tudo aquilo e simplesmente falou: "imagina postar
isso no face, ainda mais que em dois meses é dia das crianças, vai vender
tudo !!!!!"
A rasteira foi
certeira, eu já estava com essa ideia de colocar nas mídias, mas só depois de
expor os trabalhos como eu planejava. Acabei vendo que não compensava gastar
tanto para fazer uma exposição que no final não renderia muita coisa apenas as
pessoas saberiam que na cidade havia alguém que fazia maquetes e nada mais. No
dia seguinte fiz a página no face book. Coloquei algumas fotos de alguns
modelos já pintados e outros não.
Acho que demorou quase 5 dias para elaborar
algo que não fosse sem graça, mas simples e focar nas pessoas chaves.
Três dias após recebi algumas poucas curtidas e surgiu a primeira
encomenda, um RV 10 preto com faixa verde limão. "Nossa", nem
acreditei, nem sabia como lidar com o cliente, mas no final deu tudo certo e daí
em diante aos poucos foi surgindo novos clientes, na primeira semana foram 3
encomendas e daí em diante a coisa fugiu do controle.
Os comentários sempre
me entusiasmaram. São o combustível para cada vez mais aprimorar o modo de
elaboração do trabalho. No início quando tinha que fazer o trabalho grosso como
cortar e lixar a madeira, era em baixo de uma árvore de mexerica no
fundo do quintal de casa ao céu aberto. Algumas ferramentas eu colocava em uma
mala, levava e trazia para dentro de casa todo o dia. O acabamento e a
pintura eram em um quartinho nos fundos de casa.
Em poucas semanas tive que
fazer uma cobertura em madeira e com chão batido mesmo e não demorou muito para
o local com 2 x2 metros ficar cheio de ferramentas, madeira e poeira que ficava
depositada em todos os cantos com meu trabalho. A variedade de modelos
encomendados era enorme desde aeronaves civis e até militares. Cada postagem
rendia em média sete encomendas. Havia clientes encomendavam uma, duas e até
três modelos ao mesmo tempo.
Houve um cliente que
encomendou treze modelos. Demorei mais de um ano para entregar todos. Combinei
que não poderia fazer de pronta entrega e parar todas as outras encomendas e o
ritmo do meu trabalho. Felizmente nunca houve reclamação por nenhum cliente por
ter sido mal feito ou algo parecido apenas sugestões e elogios. Houve um
cliente encomendou um Cessna 172, ele não falava muito, sendo simples e direto,
falou apenas o necessário. Até que enviei a maquete para ele. Dias depois
recebo uma mensagem no whats dele dizendo "VC É UM
FDP" e não havia mais nada depois disso!!!
Na hora que li
aquilo perdi o chão, pensei meu Deus será que mandei um gato morto e nem
percebi, risos!!! Será que troquei o modelo? Será que quebraram ou roubaram a maquete?
Fiquei apavorado!! O que poderia ter ocorrido para receber uma mensagem com
tamanha reclamação!!!
Demorei uns cinco minutos para perceber que havia um
espaço grande depois dessa frase e a continuação de sua mensagem, que ele
terminava assim: cara, vc é foda, amei , adorei, dormi com ele, fantástico.......
e mesmo assim demorou para assimilar o restante do comentário ai mais
tarde ainda consegui responder meio que sem jeito , disse para ele :
nossa, pelo visto vc gostou , né? e ele nem me respondeu mais, caraca .
E com isso estou
sempre aprimorando os métodos de construção apesar de ser um trabalho que leva
tempo por mais simples que seja o modelo. Pois o que empaca em um certo momento
são os detalhes e acabamento que é o diferencial nesse trabalho. Antenas,
trem de pouso em seu conjunto todo, medidas que não pode ficar fora do
padrão, pintura que é essencial no modelo. Apesar de não ter nada que não
seja essencial, pois nada pode ficar para trás.
O uso de materiais de qualidade
e resistentes para aquela peça que será construída, ângulo dessa ou daquela asa
ou a empenagem. Enfim tudo que possa ser feito, tem que ficar conforme o modelo
real e o principal é a atenção nas fotos, observar as curvas, os ângulos, as
retas; Tudo aquilo que forma a aeronave como um todo
A pintura é
totalmente feita com o uso de mascaramento e aerógrafo e quando
necessária feita a mão com pinceis finos. Sempre
realizando o trabalho o mais artesanal possível, sempre antes de terminar a
pintura dou uma geral com uma lente de aumento para conferir as faixas e outros
detalhes da pintura se não há nada que tenha ficado tremido ou algo assim. Após
a secagem que é até rápida, pois geralmente são usadas tintas automotivas,
é finalizada com verniz , todo esse processo desde a construção até a pintura
vai de 8 a 12 dias ,mas isso depende de cada modelo.
Em 2019 tive que mudar
algumas coisas na linha de construção das maquetes, aperfeiçoei a forma de
construção. Pois as encomendas já estavam saindo do controle e já não conseguia
dar conta. Então para a maioria dos modelos que mais vendem como Cessna
210, Corrisco , Sêneca e outros, tive que mudar para resina usando uma forma
para elaborá-los.
Foram três meses para conseguir descobrir a forma correta de
misturar e aplicar a resina. Enfim, não foi fácil e até essa data,
Setembro/2019. Vou iniciar os primeiros modelos com esse material, e sem
perder o fino acabamento, os detalhes e a minha qualidade.
A pintura ainda será
toda feita sem aplicação de adesivos, pois o interesse não é produzir só para
ganhar dinheiro, mas construir algo com essência, algo que realmente fique
igual a aeronave real, sem formas grosseiras. Esse é o objetivo do meu
trabalho.
Vou reduzir o tempo de fabricação e ao mesmo tempo elaborar e com a
mesma qualidade e perfeição. Agora já tenho um ajudante que me faz economizar
uns 30 a 40 por cento de tempo em muitas coisas e a tendência é aumentarem
breve a equipe se Deus quiser, e já está fazendo e encaminhamento para isso.
A perfeição do avião
é trabalhoso demais, requer tempo e dedicação. Mas vale a pena, hoje
tenho encomendas de todos os estados do pais e de outros países também, com
EUA, Espanha, Portugal, Chile e Inglaterra. Converso mais com pessoas pelo
Face, Instagram e Messenger do que com pessoas que estejam
presentes. Porque o tempo é meu maior inimigo.
Apesar de muitos
altos e baixos, demorei para emplacar a produção e levar mais a sério o
trabalho. Um detalhe que faz parte da vida de qualquer um, seja lá o que você
vai fazer são os pessimistas de plantão. Poucos te dão o incentivo necessário e
isso atrasa muito a vida de qualquer pessoa. A indiferença é um problema sério
quando você está para fazer algo que as vezes não é tão comum em seu
meio, mas como se diz nada que o tempo não resolva.
Também demorei muito
para desenvolver novas técnicas como disse antes, em resina pois as encomendas
já estavam em um patamar razoável. E a pretensão agora é sair do voo pairado e
ir mais alto e irá sim, pois esse trabalho é colocado em consagração com o nome
do nosso Senhor Deus, Amém.
Tudo começou em Mundo Novo no Mato Grosso do Sul, quando eu tinha uns oito anos de idade, meu
pai havia sido contratado para fotografar nossa cidade de um avião e me levou junto para voar. Lembro de poucas coisas, pois tudo era novidade. E que novidades!!!!! Lembro que
ficava tentando olhar pela janela no último banco do avião. Mas quase não via nada pelo
lado de fora, eu era muito pequeno!!! Risos !!!
E depois de algum tempo pousamos em uma cidade
vizinha para abastecer.. Recordo de ter andado sobre a asa de e ter sentado no assento do co piloto. Observei todos aqueles instrumentos. Vagamente lembro de estar andado pelo pátio e de ter visto outras aeronaves. Alguns anos depois
comecei a admirar a gostar de aviões.
Na década de oitenta na minha cidade havia um aeródromo com um movimento razoável de aeronaves de
pequeno porte e o barulho dos motores chamavam a minha atenção e os pilotos
passavam quase tocando o teto das casas. Isso era espetacular. Alguns passavam tão baixo sobre a
cidade que dava para ver se o piloto tinha bigode ou não.
O pior ou melhor que praticamente chamava cada vez mais a minha atenção aos poucos comecei a visitar mais o aeródromo
que naquela época era aberto e podia entrar e tocar na aeronave e quando
vinha o governador e sua comitiva era a maior comemoração. Eram de cinco a nove aeronaves juntas e a minha
festa estava garantida.
As 17:40 mais ou menos e a tarde já estava indo embora até
que o passageiro apareceu e o piloto conversou com ele e explicou
se ele não importava se eu pegasse uma carona até aquela cidade e explicou o
motivo e o rapaz disse tudo bem. Nossa ai o coração bateu 300 vezes por
segundo. Entrei na aeronave, um seneca , aporta fechou o piloto fez toda a
preparação deu partida dos motores ai mais ainda pensei, meu Deus onde
fui me meter, mas rapidinho as preocupações sumiram o avião começou a movimentar
e pela janela via o tempo começando a turvar.
O piloto alinhou a aeronave na pista e acelerou nossa que coisa
fantástica que sensação indescritível tentei curtir ao máximo, mais ou menos de
3 ou 4 minutos depois a tristeza, e já estava pousando na cidade vizinha, meu
que rápido que foi. Pousamos ai o camarada que estava para ficar na
cidade deu uma carona até a rodovia que ficava uns 2 km do aeródromo e lá
fiquei contando com a sorte de pegar uma carona. Depois de 10 minutos apareceu
um Senhor e sua esposa, ai deram uma carona até minha cidade.
Pedi para parar próximo ao aeródromo que ficava na entrada da cidade , nisso já
estava escuro e quase sem ver nada fui atrás da bike, já com medo de que alguém
tinha levado embora, mas lógico não, graças a Deus tava lá. Senão ia ser duas
surras uma pela aventura e outra pela bike e nisso tudo demorou alguns longos
anos para eu contar para minha família o que tinha ocorrido. Mesmo
assim apesar do ato talvez não pensado, valeu a pena.
E com nove e dez anos mais ou menos já vinha aumentando cada
vez mais o interesse pela aviação. O que eu podia fazer era ver apenas pessoalmente e e estar bem próximo as
aeronaves. E claro tinha minha coleção de fotos, recortes revistas, etc. Enfim, mas nessa época já
imaginava em ter algum modelo de avião perfeito em miniatura!!!
Havia uma banca de revistas que descobri que ela vendia revistas de aeronaves, nossa , chegava a ir até 3 vezes por semana para ver as
capas. Naquela época acho que tinha umas 4 ou 5 tipos de publicações diferentes, como eu sabia onde ficava a sessão de revistas de aviação eu
ia direto e nem olhava para o lado para ver. Eu ficava fissurado , pegava alguma das publicações e olhava como se aquilo fosse algo de
outro mundo, era fantástico, belo, reluzente novo, lindo ...............
Pois
era o que tinha na época , bem diferente de hoje em dia, e onde eu quero chegar
eu não me continha ficava cego para o redor e quando via a capa e ou começava a
folear a revista eu dizia em tom baixo; nossa ,nossa, ooolhhhaaaa issso ,
oooolhhhaaaa affffff, ummmnosssaaa,
algumas pessoas vinham por trás ao perceber o entusiasmo ,para ver o que eu
estava tão empolgado nisso eu me continha um pouco as vezes eu saia sem ar e
com o coração batendo a mil só por ver as capas ou as revistas inteiras, nossa
que prazer, que satisfação que alegria.
Pois ainda era novidade nesse campo e
fazia misérias para conseguir comprar as publicações não queria perder
nenhuma, mas nem sempre dava. Se for perguntar para o dona da banca,hoje , como
eu era na época ainda ela pode confirmar, nossa como uma coisa tão simples,
algumas folhas de papel podia deixar tão vidrado tão entusiasmado assim, nossa
que bom que foi aquela época.
Quando criança eu imaginava uma miniatura real, como se colocasse o
avião real dentro de uma máquina mágica e a reduzisse no tamanho desejado. Pois
naquela época existia apenas alguns brinquedos que pareciam avião ,mas só
pareciam, risos. E foi nessa época que tive a ideia e iniciativa de construir a minha primeira maquete.
Peguei algumas chapas de madeira de uma caixa de tomate fiz o desenho
lateral de um avião imaginário, no caso
duas laterais iguais para formar a fuselagem ficando aquela coisa quadrada, e a
asa apenas uma chapinha de pinos e pintei de marrom que era a tinta que tinha
por perto. Nossa !!!! Pensa numa criança feliz, faceira e realizada
por ter construído um avião, risos.
Colocava no mural do pátio da escola, de longe ficava
observando os alunos passando e parando para ver o trabalho, muitas vezes pendurava o trabalho no mural sem ninguém
saber que era eu para ver a reação delas. Pois já estava em um nível até
bom nos desenhos, por fim fiquei conhecido pelos desenhos.
Naquela época sem internet tinha que ser por carta, escrever uma por uma, comprar o envelope e o selo e colocar nos Correios e esperar semanas para talvez um retorno. E desta forma fui conhecendo mais e mais sobre a
aviação em geral. Tenho praticamente
todas as fotos e revistas que comecei a colecionar até hoje. Atualmente são mais de 1 200
revistas, centenas de fotos e milhares de recortes de revistas e jornais e
outros.
Na sétima série,
participei de uma feira de ciências com o tema a "física do voo" e lá ocupei duas paredes da sala de aula com vários temas
sobre aviação. Claro com fotos, várias revistas e três maquetes de 60 a 80 cm de comprimento feitas com
isopor e revestido com papel cartão sendo um P-47, um 14 Bis e um
Bell Cobra. Mesmo não dominando as técnicas de fazer em miniaturas isso rendeu
convite para realizar outras duas apresentações em feiras de ciências nas cidades de Campo Grande MS e Foz do
Iguaçu PR .
Tudo isso só aumentava o desejo pela aviação
e isso era todos os dias. Dentre muitos outros fatos e pensamentos corriqueiros nesse período, voltado a esse
tema, procurei a aprimorar as técnicas de
construção das maquetes Aliás , tentar faze-las menores , mas isso só
foi mudar e ainda aos poucos
Na feira em Foz do Iguaçu que foi patrocinada pela ITAYPU em
uma escola naquela cidade, depois de dois dias de feira, fomos levados até o
parque nacional de foz para conhecer o parque . Quando na
época o heliponto ainda era ao lado das cataratas. Estávamos ali de frete as
uma das sete maravilhas do mundo observando aquelas enormes cachoeiras um sol
de estralar mamona quando bem longe ouvi o som de um helicóptero.
Então minhas
anteninhas se ligaram, já estiquei o pescoço tentando achar de onde vinha
aquele som e com isso o som só aumentava e eu doido quando que de repente um HB
350 esquilo surge do meio da mata de onde eu estava e passa devagar a uns 80
=100 metros na minha frete preparando para pousar no meu lado uns 50 metros
pois ainda não tinha percebido o heliporto que estava ao minha direita.
Noossaaa Senhooraaaa que tribulação foi aquela, já não queria sair
mais da li, algum tempo depois a professora de ciências que estava monitorando
o grupo de estudantes foi até um funcionário do parque e perguntou se
tinha como deixar aquele aluno, apontando para mim , voar de helicóptero ai
mostrou a papelada do evento e disse que eu era apaixonado por aviação e que
estava ali fazendo um feira de ciências com o tema de aviação e eu ali
sem graça de tudo, pensei comigo , acho que jamais vão deixar eu voar em um
helicóptero de graça e não é que deu certo eles liberaram o passeio.
Jesus,
nem podia imaginar, na época era cobrado 40 reais por 10 minutos de voo e
eu durinho durinho. Imagina se não fosse a chorada da professora ia ficar só
olhando. Foi ai que pela segunda vez voei, que fantástico , se eu pudesse
não descia tão cedo, afff. ai sim valeu a pena todo aquele trabalhão da
exposição.
Eu nem
podia comparar a alguma coisa de tão
abestado que fiquei. Comprei um modelo deles um Seneca 3 com faixas azuis e vermelha. Nossa, para mim uma carreta carregada de ouro não tinha tanto valor quanto
aquela maquete . Mais uma vez, havia recebido outro incentivo para me aprofundar nesse novo mundo que me abria da noite para o dia. Aprofundei meus estudos em
desenvolver outros métodos e adquiri algumas ferramentas para
ver se conseguia desenvolver algum modelo novo com aqueles requintes de perfeição.
Todo início é difícil, emprestando ferramentas e comprando outras. Praticando e com isso tinha dezenas ou centenas de dúvidas surgindo cada vez mais. E o pior sem tem a quem perguntar: Como colar a asa com a fuselagem? Que material certo devia usar? Que
tipo de massa usar? Como fazia isso e como fazia aquilo? Pois não queria
perguntar para aquele pessoal do aeroporto que já produzia para não ficar chato.
Pois meu curso na cidade iria levar seis meses. Até que um dia tive a brilhante ideia de desvendar
algumas dúvidas. Tive a coragem de quebrar, cortar abrir
a maquete que eu tinha comprado deles. Foi então que comecei a dar
uma melhor firmeza nas junções de asas e estabilizadores.
Conforme as
condições permitiam eu ia comprando as ferramentas necessárias e sempre que
possível construindo e elaborando
métodos para concluir e facilitar cada modelo. No período de
elaboração dos modelos eu morava com a minha mãe e no fundo do quintal havia
uma fossa e lá era o destino dos modelos que não davam certo ou que não ficava
como eu queria. No final das contas, até o dia que realmente comecei a
acertar os modelos deveria ter mais de 50 maquetes no fundo dela, mas tudo isso fez parte do processo de aprendizagem, risos.
Em 2012 comecei a notar que os modelos já estavam muito bonitos, com uma boa apresentação e com qualidade e cheguei a vender quatro
modelos para alguns amigos. Foi
quando tive a ideia de fazer uma exposição aqui na minha
cidade, em alugar um salão por três dias
para expor o material. Com isso surgiram várias ideias, além das maquetes, eu iria expor
temas relacionados com a aviação em geral, história, pinturas, motores, etc.
Vários tópicos sobre a aviação mostrados
em vídeos e fotos que na época e ainda hoje era o que mais eu tenho. Passei
quase um ano planejando como eu poderia expor tudo isso. Planos, planos e mais
planos. E a ideia era expor uns 20 modelos, mais tarde passou para 30 cada um
diferente do outro. Quando eu já
estava na construção da 23º aeronave a minha irmã chegou viu tudo aquilo e simplesmente falou: "imagina postar isso no face, ainda mais que em dois meses é dia das crianças, vai vender tudo !!!!!"
Acho que demorou
quase 5 dias para elaborar algo que não fosse sem graça, mas simples e focar
nas pessoas chaves. Três dias após recebi algumas poucas
curtidas e surgiu a primeira encomenda, um RV 10 preto com faixa verde limão. "Nossa", nem acreditei, nem sabia como lidar com o cliente, mas no final deu tudo
certo e dai em diante aos poucos foi surgindo novos clientes, na primeira
semana foram 3 encomendas e daí em diante a coisa fugiu do controle.
Os comentários sempre me entusiasmaram. São o combustível para cada vez mais aprimorar o modo de elaboração
do trabalho. No início quando tinha que fazer o trabalho grosso como cortar e lixar
a madeira, era em baixo de uma árvore de mexerica no fundo do quintal de casa
ao céu aberto. Algumas ferramentas eu colocava em uma mala, levava e trazia para
dentro de casa todo o dia. O acabamento
e a pintura era em um quartinho nos fundos de casa.
Em poucas semanas tive que
fazer uma cobertura em madeira e com chão batido mesmo e não demorou muito para o local com 2 x2 metros ficar cheio de ferramentas,
madeira e poeira que ficava depositada em todos os cantos com meu trabalho. A variedade de
modelos encomendados era enorme desde aeronaves civis e até militares. Cada
postagem rendia em média sete encomendas. Haviam clientes encomendavam uma, duas e até três modelos ao mesmo tempo.
Até que enviei a
maquete para ele. Dias depois recebo uma mensagem no whats dele dizendo "VC É UM FDP" e não havia mais nada depois disso!!! Na hora
que li aquilo perdi o chão, pensei meu Deus será que mandei um gato morto e nem
percebi, risos!!! Será que troquei o modelo? Será que quebraram ou roubaram a maquete ?
Os modelos são feitos por ordem de chegada, a pessoa faz a encomenda e conforme vou construindo os modelos naturalmente a fila vai andando. Apesar que hoje em dia o tempo de espera pode chegar de 10 a 15 meses e mesmo assim há uma a duas desistências por mês, principalmente por perca de contato que é normal.
E com isso estou sempre aprimorando os métodos de construção apesar de ser um trabalho que leva tempo por mais simples que seja o modelo. Pois o que empaca em um certo momento são os detalhes e acabamento que é o diferencial nesse trabalho. Antenas, trem de pouso em seu conjunto todo, medidas que não pode ficar fora do padrão, pintura que é essencial no modelo. Apesar de não ter nada que não seja essencial, pois nada pode ficar para trás.
Fiquei apavorado!! O que poderia ter ocorrido para receber uma mensagem com tamanha reclamação!!! Demorei uns cinco minutos para perceber que havia um espaço grande
depois dessa frase e a continuação de sua mensagem, que ele terminava assim: cara, vc é foda , amei , adorei, dormi com
ele, fantástico....... e mesmo assim demorou para assimilar o restante do
comentário ai mais tarde ainda consegui
responder meio que sem jeito , disse para
ele : nossa, pelo visto vc gostou , né? e ele nem me respondeu mais, caraca .
Os modelos são feitos por ordem de chegada, a pessoa faz a encomenda e conforme vou construindo os modelos naturalmente a fila vai andando. Apesar que hoje em dia o tempo de espera pode chegar de 10 a 15 meses e mesmo assim há uma a duas desistências por mês, principalmente por perca de contato que é normal.
Existem clientes que
encomendaram oito modelos de uma vez só, um para cada modelo de avião que ele voou durante sua
vida, é a forma que a pessoa tem de ter lembranças de sua vida
profissional como piloto. Existem casos que a pessoa não tem nenhuma foto do modelo
então eu vou pesquisando pelo prefixo da aeronave e consigo encontrar a foto ou vídeo da aeronave. Outras vezes trazem fotos bem ruins, mas tenho que dar
um jeito de identificar os detalhes para fazer o mais próximo possível e antes
de enviar mando as fotos em vários ângulos para ver se está tudo OK.
A minha realização como profissional é inexplicável ao sentir a felicidade do cliente quando recebe sua maquete, porque ele fica
feliz de uma forma o ver seu avião que nunca imaginou que conseguiria ver novamente,
nem que fosse em forma de uma maquete ,nesse caso as reações são as mais
diversas e inusitadas .
Cada
modelo tem uma certa dificuldade diferente. As vezes um é mais simples por ter menos
detalhes. Outro é mais complexo por ter curvas ou
ângulos mais acentuados. Porém o mais demorado é quando se tem 3 ou 4 modelos
iguais para fazer no caso foi uma esquadrilha composta por 4 t 6 do EDA da
década de 1950. Porque os detalhes, medidas e
a pintura tem que ser igual em todos os detalhes. Logicamente, nesse caso o trabalho redobra em todos os aspectos.
E com isso estou sempre aprimorando os métodos de construção apesar de ser um trabalho que leva tempo por mais simples que seja o modelo. Pois o que empaca em um certo momento são os detalhes e acabamento que é o diferencial nesse trabalho. Antenas, trem de pouso em seu conjunto todo, medidas que não pode ficar fora do padrão, pintura que é essencial no modelo. Apesar de não ter nada que não seja essencial, pois nada pode ficar para trás.
O uso de materiais de qualidade e resistentes para aquela peça que será construída, ângulo dessa ou daquela asa
ou a empenagem. Enfim tudo que possa ser feito, tem que ficar conforme o
modelo real e o principal é a atenção nas fotos, observar as curvas, os ângulos, as retas; Tudo aquilo que forma a aeronave como um todo
A pintura é totalmente feita com o uso de mascaramento
e aerógrafo e quando necessária feita a mão com pinceis finos. Sempre realizando o trabalho o mais
artesanal possível, sempre antes de terminar a pintura dou uma geral com
uma lente de aumento para conferir as faixas e outros detalhes da pintura se
não há nada que tenha ficado tremido ou algo assim. Após a secagem que é
até rápida, pois geralmente são usadas
tintas automotivas, é finalizada com verniz , todo esse processo desde a
construção até a pintura vai de 8 a 12 dias ,mas isso depende de cada modelo.
Foram três meses para conseguir descobrir a
forma correta de misturar e aplicar a resina. Enfim, não foi fácil e até essa data, Setembro/2019. Vou iniciar os primeiros
modelos com esse material, e sem perder o fino acabamento, os detalhes e a minha qualidade.
A pintura
ainda será toda feita sem aplicação de adesivos, pois o interesse não é
produzir só para ganhar dinheiro, mas construir algo com essência, algo que
realmente fique igual a aeronave real, sem formas grosseiras. Esse é o
objetivo do meu trabalho.
Vou reduzir o tempo de fabricação e ao mesmo tempo elaborar e com a
mesma qualidade e perfeição. Agora já tenho um ajudante que me faz economizar uns 30 a
40 por cento de tempo em muitas coisas e a tendência é aumentarem breve a equipe se Deus quiser, e já está
fazendo e encaminhamento para isso.
A perfeição do avião é trabalhoso demais, requer tempo e dedicação. Mas vale a pena, Hoje tenho encomendas de todos os estados do pais e de outros países
também, com EUA, Espanha, Portugal, Chile e Inglaterra. Converso mais com
pessoas pelo Face, Instagram e
Messenger do que com pessoas que estejam
presentes. Porque o tempo é meu maior inimigo.
Apesar de muitos
altos e baixos, demorei para emplacar a
produção e levar mais a sério o trabalho. Um detalhe que faz parte da
vida de qualquer um, seja lá o que você vai fazer são os pessimistas de plantão. Poucos te dão o incentivo necessário e isso atrasa muito a vida de qualquer pessoa. A indiferença é um problema sério quando você está para fazer algo que as vezes não é tão
comum em seu meio, mas como se diz nada que o tempo não resolva.
Também demorei muito para desenvolver novas
técnicas como disse antes, em resina pois as encomendas já estavam em um
patamar razoável. E a pretensão agora é sair
do voo pairado e ir mais alto e irá sim, pois esse trabalho é colocado em
consagração com o nome do nosso Senhor Deus ,Amém.
Enfim, caso queira observar os modelos em detalhes visite no facebook pietromaquetes e confira alguns modelos que estão expostos em várias fotos para cada modelo.
Junior Hamilton
Acabei de receber meu King GTx feito por ele! Ele e artista mesmo! Recomendo!
Carlos Andrade
Perfeito...
parabéns
..artistaEdie Franklin Azeredo Machado
Parabéns
Pietro!!! Muito capricho em suas maquetes, riqueza de detalhes, muito bacana. Bela história com muito capricho e talento, parabéns
!!!Hudson Guidoni Carvalho
Muito lindo
Leandro Ribeiro
Que bela história ainda preciso ler até final. Meus
parabéns
quanto as maquetes dispensa comentários.