domingo, 14 de março de 2021

Marcos Araújo -Sonho de Piloto realizado no Aeromodelismo

 

Sou o Marcos Araújo de São José dos Campos, sou aeromodelista. Vou contar um pouco de minha história e quem sabe incentivar algumas pessoas num esporte que só faz bem ao corpo e a mente. Vou começar lá pela minha infância. O primeiro contato que tive com um aeromodelo eu fiquei doido. Eu tinha uns oito anos de idade e tinha ido ajudar meu pai no shopping e passamos em frente de uma loja que vendia aeromodelos e acessórios. Nunca mais esqueci daquele momento. A parti daquele momento fiquei apaixonado por aviões. 

Meu pai trabalhava em comunicação visual e eu ajudava ele de alguma forma nas lâmpadas de  neons, nos totens, nas fachadas de alumínio de antigamente e tudo mais que fosse necessário. Depois trabalhei de ajudante de eletricista, de moto boy, posto de gasolina, trabalhei muito tempo em oficina mecânica e atualmente trabalho numa rede de comida rápida de culinária árabe. E sempre fui apaixonado por aviões desde criança. 

Quando eu ouvia um ruído de avião eu já olhava para o céu. Caso eu estivesse dentro de casa, já largava tudo e ia correndo para a rua procurar o bicho metálico. Eu olhava as pessoas voar de asa delta, aquilo era muito lindo e sempre com lindas e espetaculares paisagens, Meus olhos brilhavam e as pupilas só faltavam saltar para dentro da televisão. E os paraquedistas saltarem de um avião era sensacional, deveria ser muita adrenalina e coragem para uma pessoa saltar de paraquedas. Meu sonho era ser piloto de avião. Mas era de família pobre. Sempre ajudei meus pais desde pequeno. 

Ainda tenho esse sonho quem sabe um dia de ser um piloto de verdade. A fé em Deus nunca acaba. Então já que não pude ser um piloto de verdade, então me realizo sendo um piloto de aeromodelismo. Minha paixão era tamanha que quando eu deveria ter uns doze anos de idade eu tive a ideia de construir um paraquedas. Claro, eu era um menino inteligente, como todo o menino se achava. Olhei tudo direitinho na televisão. Peguei uns sacos de lixo sem meus pais sequer imaginar na minha empreitada. 

Com uns pedaços de fios que tinha lá em casa, construí o paraquedas. E claro, fui realizar minha proeza. Naquela época estavam construindo uns sobrados na vizinhança e esperei o fim de semana que eu sabia que não haveria nenhum funcionário trabalhando. Entrei no sobrado e subi direto as escadas para o telhado do segundo pavimento. Seria uma altura de uns seis ou sete metros. Achei a principio uma altura muito pequena, mas já seria possível realizar um bom teste. 

Abri o paraquedas, revisei todos os procedimentos, olhei a altura, estava confiante com meu projeto e saltei com os braços abertos segurando as cordinhas do paraquedas. Nem sei bem o que aconteceu. Só sei que nada funcionou. E eu fui direto pro rumo ao chão. Nem sei se o paraquedas abriu. Só sei que não recomendo para ninguém mais ter essa ideia. 

Minha sorte é que no local onde eu saltei havia um enorme monte de areia e isso amorteceu minha queda, caso contrário teria quebrado as pernas, mas mesmo assim fiquei um mês com fortes dores nos pés e nas pernas. Quando eu cai, eu cheguei a penetrar na terra como se fosse areia movediça. Que sorte haver aquela areia lá. E o incrível é que eu nem tinha visto ela antes do salto.

Em 2007 eu trabalhava com entregas e fui realizar uma entrega na casa de um rapaz que tinha um helicóptero na sala. Quando me deparei com ele, fiquei fascinado e perguntei se voava. Ele me respondeu que sim, mas que estava ali somente para enfeite porque tinha outros. Eu perguntei se ele vendia. Acertamos o preço e paguei a vista. Não tinha isso de pagar parcelado. Paguei quinhentos reais. Naquela época isso era muito dinheiro, mas era meu sonho antigo. 

Cheguei em casa fascinado e feliz da vida com o bichano. Depois que a emoção passou me dei conta que não sabia fazer ele voar. Olhava para o controle e nada entendia. Nunca tinha feito nem um carrinho andar de controle remoto, imagina um helicóptero fazer voar. O que eu entendia muito bem era de olhar os outros pilotar aeromodelos. E como se isso fosse suficiente para aprender alguma coisa. Mas nunca sequer tinha chegado perto de um controle. 7

Claro que eu tinha toda a convicção que seria algo muito simples. Só apertar um botãozinho e mexer um pouquinho uma alavanca e apertar outro botãozinho. Então, lá viu eu para o meu primeiro voo de sucesso. Controles apostos. Tudo pronto. E lá foi o helicóptero direto para o chão. Arrebentei ele. Não sobrou foi nada de nada. 

Eu olhei para o que restou do helicóptero. Eu na verdade nem sabia o que fazer. Se eu deixava tudo ali mesmo. Se juntava os pedaços. Ou se terminava de quebrar tudo de vez. Nessa hora não sei se venho a razão ou a paixão. Juntei tudo e disse para mim mesmo. Calma. Calma. Eu não nasci sabendo caminhar.  

Então, calma nessa hora. Com calma eu chego lá. Se os outros chegaram lá, então eu também irei conseguir. E as coisas podiam piorar mais ainda? Claro que sim! Além de ter destruído o possante, ter gasto uma grana alta eu não tinha mais dinheiro. Mas não desanimei, dei um jeito e comprei todas as peças quebradas. Mas nem de tudo estava ruim. Tinha crédito e eu mesmo sabia consertar e trocar as peças, porque eu já tinha trabalhado em oficina mecânica. Então, mãos as massa. Consertado. Novinho, Silva. Mas, voltemos para o meu problema de verdade. 

Eu não sei pilotar, e agora José? Como fazer? A primeira coisa que fui fazer foi pesquisar na Internet e compreender bem mais que eu pensasse que eu soubesse. Então, com todas minhas pesquisas na Internet, vídeos que assisti e leituras. Helicóptero 100% recuperado. Agora sim eu estava pronto para meu voo de sucesso. E então lá fui eu para a virada das cartas. 

E desta vez decolei ele direitinho só que um poste de luz se atravessou na frente do helicóptero e arrebentou ele novamente. Até hoje não compreendo o que estava fazendo aquele poste de luz naquele lugar. Mas, enfim. Novamente a dúvida. Esquecer tudo, ou recomeçar e investir mais dinheiro. Desta vez, o prejuízo foi maior porque quebrou até a hélice. Mas não desisti e vamos tentar tudo de novo. Só que essa brincadeira já estava cara. 

Com esse conserto o helicóptero já estava na casa dos mil reais. Então, eu conversando com o pessoal que já tinha aeromodelos, eles me sugeriram eu começar com um avião. Começando com os mais simples. Mas eu muito teimoso. Insisti mais um pouco. Eu pensava que helicóptero era mais simples em razão de não precisar de pista para decolar e poderia voar de qualquer lugar. 

Então, dessa vez peguei muitas dicas com outros pilotos. Fui para um local totalmente aberto. Sem nenhum poste de luz para atravessar o caminho do avião, sem árvores, casas, ou qualquer outra coisa. Então, para eu ter um controle simples do helicóptero, eu digo simples, sem manobras, sem ele realizar muitas voltas, apenas em direções retas e com pequenas voltas para ele retornar e com pousos simples, eu levei seguramente uns seus meses pilotando ele. 

Ufa, mas foi muito sacrifício, mas era uma emoção e realização a cada degrau da escada que eu conseguia subir. Naquela época era muito difícil. Eu fiz tudo errado. Eu deveria ter feito um treinamento com alguém que já fosse piloto e deveria realmente ter iniciado com um avião básico. Para depois ir evoluindo aos poucos. 

E assim, passaram-se mais seis meses. Eu dominando o básico do bichinho. Decolagem e aterrisagens perfeitíssimas. Eu conseguia fazer ele vir e voltar em minha direção. Já conseguia fazer bem as voltas. Mas sem grandes magnitudes. Foi quando a "sede" do querer bateu mais forte, e eu queria mais. Foi quando pensei, o que eu estava fazendo era pouco. Queria fazer manobras ousadas. Preciso fazer ele voar de cabeça para baixo. Quero inventar. 


Quero deixar de ser amador e passar a exigir mais de mim e do helicóptero. Então, já malandro, esperto e experiente fui atrás de vídeos na internet e principalmente conversei com a turma para saber como fazia. Fiz dessa vez minha lição de casa direitinho. Estudei tudo com calma. Cada movimento de cada "lup", bem estudado e lá fui eu fazer meu primeiro "lup". Então, subi bem alto o helicóptero, como havia aprendido, e fui executar o "lup". E do jeito que eu fiz o "lup" e venho direto para o chão daquela altura. Sem escala para o chão. Dessa vez ele arrebentou todo. O que eu não tinha quebrado no último ano, dessa vez a conta ficou cara. Porque o choque com o chão foi muito forte e o estrondo maior ainda. 

Quando cheguei perto dos destroços do acidente, só faltei chorar. Só faltava eu ali meu corpo com os destroços. Porque meus sentimentos já estavam juntos com ele. Não desanimei até ver a conta do prejuízo. Gastei quinhentos reais só em peças. Foi o preço que eu havia pago por ele quando tinha comprado. Ou seja, a brincadeira já tinha se transformado num rombo. E que rombo. E para completar a minha esposa me perguntava quanto tinha sido o conserto. Eu nem tinha coragem de falar a verdade. Falava que tinha sido uns cinquenta reais. Porque se eu falasse a verdade ai sem que o helicóptero não decolava vai. Ou voa deves na minha cabeça ou haveria um incêndio no quintal de casa. E ela ainda achava caro cinquenta reais. Imagina se soubesse o valor real. Eu iriar dormir na casa do cachorro e ele dentro de casa.

Arrumei e tentei novamente duas vezes porque sou insistente. E não preciso dizer o que aconteceu. De novo para a bancada do conserto. Então eu cheguei a duas conclusões. Primeira que esse negócio não era para mim. E a segunda isso era para rico. Assim, desisti. E bateu uma tristeza. Meu irmão Antônio percebendo, um dia procurou na internet e me mostrou alguns aeromodelos de aviões. Meus olhos saltaram novamente. 

Naquela época as plantas tinham que ser compradas, não tinha nada de graça não. Lembro que paguei cento e cinquenta reais por cinco modelos. E lá fomos nós para a bancada projetar e construir o nosso primeiro avião. Estudo para cá. Lápis para lá. Decidimos usar cola quente ao invés de usar a cola que se usava na época que era uma cola tipo araldite, que levava um certo tempo para colar e dava trabalho. Já a cola quente era rápido e simples. 

Então construí meu primeiro avião feliz da vida. E fui fazer seu voo solo. E o que será que aconteceu dessa vez? Rumo ao chão? Nãããããããooo! Na verdade tive algumas dificuldades. Porque eu sabia controlar um helicóptero e não um avião. Que são duas coisas totalmente diferentes. Mas já não foi o mesmo desastre que foram as outras vezes. Claro, também não foi aquela maravilha sejamos honestos. Mas eu consegui fazer o avião decolar. Ele acabou caindo no chão. Mas não foi aqueleeeeee desastre. E eu estava feliz da vida. Porque já na primeira tentativa tive uma decolagem legal, consegui fazer ele voar. Só não pousei ele. Ele na verdade voou que nem bêbado capengando no ar. Era de rir. Mas estava voando. Quebrou todo quando caiu. Mas como vocês sabem eu não desisto fácil não. 

Fui construir meu segundo avião, e estudei mais um pouco e peguei mais dicas e fui para a pista. E decolei melhor ainda. O voo ainda estava com um piloto alcoólatra. Então não deu outra, o avião foi rumo ao chão e quebrou todo de novo. Mas eu continuava feliz, porque diferente do helicóptero eu estava tendo sucesso na primeira e segunda vez.  Então, até pensei: como sou eu que estou fabricando posso quebrar quantos eu quiser, porque as peças eu reponho baratinho. 

E assim fomos indo. Eu e meus modelos. E claro eu não ia junto com os rapazes do Clubinho de aeromodelismo para não passar vergonha. Quando eu e meu irmãos íamos no campinho de futebol não tinha ninguém. A gente ia após o expediente do trabalho para aprender a pilotar. Então, depois de quatro meses eu já estava pilotando muito bem o meu avião. Nunca precisei pagar um instrutor. Mas também acredito que fui pelo pior caminho. Ou seja, da tentativa e erro. Quebrando e aprendendo. 

Claro, Não gosto nem de lembrar quanto gastei no meu helicóptero em peças, saiu mais caro os consertos que o helicóptero. Hoje eu chego a conclusão que faltou desde o início muita informação. Eu poderia ter economizado muito dinheiro. Aprendi apanhando. O correto é começar com um avião simples e depois ir evoluindo aos poucos. 

Se a pessoa não tem condições como eu tive de construir e reconstruir os aviões, então o certo é ter um ou dois dias de aulas com um instrutor. Mas nunca começar um um aeromodelo complexo e avançado como eu comecei. Só não desisti porque sou muito insistente. Se era outra pessoa no primeiro desastre já tinha jogado tudo fora e esquecido. Imagina quantos desastres aconteceram, na verdade eu até perdi as contas. 

Eu já conhecia os aviões lá da pista muito bem, todos as gasolina. Naquele tempo ninguém tinha avião elétrico. E todos os meus aviões que eu tinha fabricado eram elétricos. E até então ninguém da pista tinha visto eu pilotar, meu aviões, minhas audácias e meus desastres. Foi quando eu disse para meu irmão. Agora que eu já estou craque, já sei perfeitamente pilotar, decolar, pousar, fazer acrobacia e tudo mais. Eu vou recuperar tudo que eu gastei. Vou quebrar a banca lá na pista. Vou vender é avião elétrico isso sim. Ninguém tem. É mais leve, seguro e prático para voar. Chega de prejuízo. Vou virar o jogo. E eu tinha outra enorme vantagem, os aviões a gasolina eram caríssimos comparados a um avião elétrico. 


E não deu outra, fizemos o maior sucesso na pista. Os aviões fizeram mais sucesso que eu. Então, eu e meu irmão Antônio começamos entrar noite a dentro fabricando para atender todos os pedidos, que começavam a saltar na pilha de pedidos de espera. Não demorou muito eu já tinha recuperado meu prejuízo e já estava no lucro. Como dizem os especialistas, todos os produtos tem uma curva de vida. E o nosso também teve. Com o tempo e com a internet, aquilo que só eu e meu irmão sabíamos fazer, deixou de ser fórmula secreta. E as pessoas perceberam que construir um avião era algo simples, precisava um pouco de paciência e estudo. Então, com o tempo os pedidos diminuíram tanto que não compensava mais manter a fabricação e voltei apenas para o hobby. 

Nunca comprei um avião, todos que eu tive eu mesmo construí. Onde muitas de suas partes foram recicladas de materiais que acabei encontrando e doadas. A nossa sociedade é muito consumista e descarta muita coisa aproveitável. Então, de certa forma, por menos que seja, eu já contribuí com a natureza. Tem também a preparação da peça, o profissional ao pegar por exemplo uma placa de isopor que havia sido descartada no lixo, para eu aproveitar num aeromodelo tem todo um prepara de limpeza e análise de como será possível aproveitar. Não pode ser no estilo corta e prega com serrote e martelo. O procedimento é profissional. Senão não tem qualidade, instabilidade e beleza. 

O aeromodelismo é uma febre. Quando você entra de verdade, depois de aprender e dominar as técnicas de pilotagem, não quer sair mais. E sempre quer mais. Começa com um modelo, e vai aumentando. O piloto não quer ter um avião só. Ele quer ter dez. Se tiver dez, vai desejar ter o dobro e assim por diante. Hoje tenho seis aviões de uso pessoais em perfeitas condições de voo. Fora o que está no meu foro que eu fico jogando lá para dentro. Alguns precisam fazer manutenção. Outros eu reutilizei peças. E falando em peças, ai nem é possível contabilizar a quantidade de peças variadas que tenho.  

Muitas pessoas acreditam que é simples pilotar um aeromodelo. Mas não é não. Temos vários amigos pilotos de aviões, e até comandantes, que cometeram os mesmos erros que eu. Compraram enormes aviões e na primeira tentativa destruíram eles totalmente. Tivemos um piloto de um caça que destruiu um avião Tucano. Não sobrou nada. O piloto ficou abismado com o aeromodelo. Na verdade se não souber ser pilotado, pode até virar uma arma. 

A grande diferença para o piloto, é que quando ele está no cockpit do avião, a direita será sempre a direita e a esquerda será sempre a esquerda, subir é subir e descer é descer. E no aeromodelismo você não tem essa dimensão, porque você não está dentro do avião. Tem que aprender. Sair de dentro da caixa. Muda tudo. O aeromodelo, vindo em sua direção, o piloto tem que pensar na direção que o avião está vindo. E não nos olhos que está enxergando ele. Muda tudo. Ou seja, se o avião está vindo ao seu encontro, é lógico que sua visão está invertida da direção que o avião vem, então os comandos tem que estar invertidos. Por outro lado, quando o avião voa na mesma direção que seus olhos, vocês dois estão alinhados, digo visão e controles.

Quando li a matéria do Aeromodelista João Maurício, feita por esse blog, a impressão que tinha é que estavam contando a minha história. Veja: "   A maioria das pessoas compram um avião ou drone e quebra logo no primeiro dia, é frustrante! Outros são persistentes, arrumam o avião e quebram novamente, nesta segunda tentativa, desistem de vez.... E tem um pequeno grupo de pessoas que para não quebrar o avião na terceira vez, procuram ajuda profissional de um instrutor. Tem ainda aquelas pessoas que antes do primeiro voo fazem a  lição de casa direitinho... Procuram ajuda antes de tentarem se aventurar obtendo assim sucesso! Além das aulas de avião, criei recentemente as aulas de "Drone", para formar pilotos acima da média."


O brasileiro é um povo muito esperto. Vou de bicicleta todos os dias para o trabalho. Eu passo em frente a Embraer na ida e na volta e não consigo passar sem olhar para aqueles aviões velhos abandonados ali e tem até um Boeing da Varig. Todo o dia, eu passo ali e faço a mesma coisa. Olho para os aviões e dá uma tristeza. O brasileiro por outro lado não liga muito para a história. Não liga muito para o que tudo aquilo representou. 

As crianças, os jovens, os adultos e os idosos podiam chegar perto deles, fotografar, contar histórias. Imagina existir uma área num aeroporto de exposição. Seria maravilhoso. Mas o brasileiro não dá valor. Você conversa com um americano e percebe como ele é fascinado pela aviação e pelos aviões. Claro, existem uma centena de brasileiros que somos a exceção da curva. Mas de forma geral ninguém dá o menor valor. É só olhar quantos e quantos aviões da Varig, Vasp e da Transbrasil viraram sucatas em todos os cantos do Brasil e que poderiam ter virado praça de visitação. A maioria do povo brasileiro nunca sequer chegou perto de um avião. 

Eu acho uma judiação, um avião desse ficar no tempo atirado para apodrecer. Está ali anos e anos na chuva e no sol apodrecendo aos poucos. No Brasil avião velho vira panela numa siderúrgica, depois de ser desmontado e ir para o desmonte numa fornalha. É triste. Quantas milhares e milhões de pessoas jamais tocaram num avião. Se eu tivesse dinheiro eu comprava esse Boeing da Varig, recuperava e doava para a Prefeitura de São José dos Campos para colocar  uma praça para toda a população visitar gratuitamente.  Faria a alegria da criançada. 

Quantos sonhos e profissões esse avião iria gerar. Dali quantos pilotos e comissários poderia nascer? Então, até o pipoqueiro poderia ganhar um dinheiro vendendo suas pipocas. É uma tristeza. Centenas de pessoas já trabalharam durante anos nesse avião. Milhares e milhares de pessoas voaram nele. Esse avião tem uma história. Ele não é um amontoado de ferros e fios. Ninguém me convence que não poderiam estar expostos para a população visitar e conhecer. Então até a prefeitura ou a Infraero poderiam realizar manutenção. 

Sei que existem raras exceções em algumas cidades brasileiras, como São Paulo e Porto Alegre que preservaram aviões para visitação. Mas ainda é insignificante, cada capital brasileira poderia ter um avião para exposição. Os aeroportos poderiam ter enormes maquetes das companhias aéreas, imagina o marketing fotográfico que isso iria gerar. Mas infelizmente ninguém investe nisso. As enormes maquetes das empresas aéreas ficam nos seus escritórios para poucas pessoas olharem. No passado a Varig tinha enormes maquetes de três metros espalhados em vários cantos do Brasil. Em Porto Alegre estava na porta da cooperativa dos funcionários. 

Tenho um projeto ainda para realizar. Quem não tem. E esse é dos grandes. Mas não impossível. Quero construir algo que voe de verdade. E eu voar com ele. Já pensou? Eu voar com ele. Mas esse não pode acontecer como nos meus primeiros voos do helicóptero e dos meus aviões. Porque eu não sou o Pinóquio para ser consertado toda a vez que eu me arrebentar no chão. Apesar que já escapei de me arrebentar feio daquela vez que saltei do meu paraquedas que improvisei. A minha maior dificuldade para construir será o espaço físico que precisarei para projetar e construir. Minha ideia é fazer um "traik", é uma categoria de paramotor. Ou seja, um parapente com motor adaptado num triciclo. Seria uma asa delta com motor de moto. As ideias borbulham na minha cabeça. Claro sou brasileiro. Mas isso é para o futuro, para quando eu aposentar. 



👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻


💪💪💪👊

Edie Franklin Azeredo Machado

Bacana!!!

Aparecido Rabelo

Que assim seja

Isac Alves

Parabéns
, é uma grande conquista colocar um aero no alto. Lembro da primeira vez que voei, a alegria contagia

Nei Mello DE Alcantara

Piloto, não pretendo ser. Pilotar aeromodelos e helimodelos, estou no treino.

Isac Alves

Parabéns
, é uma grande conquista colocar um aero no alto. Lembro da primeira vez que voei, a alegria contagia

Gustavo Herreira

Que assim seja🙏🙏

Aj França

Eita avião lindo onde consigo a planta


Edson Tavares

Legal sua história